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Suspeito de matar ex-premiê japonês Shinzo Abe é indiciado

O ex-primeiro-ministro do Japão Shinzo Abe foi assassinado em 2022 - John Thys/AFP
O ex-primeiro-ministro do Japão Shinzo Abe foi assassinado em 2022 Imagem: John Thys/AFP

13/01/2023 08h01Atualizada em 13/01/2023 08h59

A Procuradoria japonesa indiciou o homem suspeito de assassinar o ex-primeiro-ministro Shinzo Abe nesta sexta-feira (13), depois que uma avaliação psicológica determinou que ele está apto para ser julgado, informou a imprensa local.

Tetsuya Yamagami foi preso imediatamente depois que o ex-governante foi morto a tiros em julho de 2022, enquanto participava de um comício na cidade de Nara.

O homem de 42 anos passou meses em uma avaliação psicológica que terminou esta semana com sua transferência para uma delegacia de polícia em Nara.

Yamagami enfrenta acusações de assassinato e de violação das leis de controle de armas, de acordo com o jornal Yomiuri e a agência de notícias Kyodo. Se for condenado, pode enfrentar a pena de morte.

A Procuradoria do distrito de Nara não se pronunciou ao ser consultada pela AFP.

Yamagami admitiu o crime, de acordo com a imprensa local, e imagens feitas na época mostram o momento em que dispara o que parece ser uma arma de fabricação caseira.

Ele teria matado Abe por considerar que tinha vínculos com a Igreja da Unificação Segundo relatos, Yamagami ficou ressentido com esta igreja pelas grandes doações que sua mãe fez, levando a família à falência.

Abe não era membro da Igreja da Unificação, mas uma vez discursou para um grupo afiliado, assim como fizeram outros líderes mundiais, incluindo o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump.

Fundada na Coreia em 1954 por Sun Myung Moon, a seita ganhou destaque mundial nas décadas de 1970 e 1980.

A igreja negou envolvimento em atividades ilegais e prometeu evitar doações "excessivas" de seus membros.

As investigações após a morte de Abe revelaram ligações estreitas entre a igreja e muitos legisladores conservadores do partido governista, incluindo um ministro que renunciou.

As revelações causaram revolta no Japão e afetaram a imagem do governo do primeiro-ministro Fumio Kishida.

Seu governo ordenou uma investigação, que pode acabar com os incentivos fiscais da igreja, e pressionou por leis que endurecem as regras para doações religiosas.