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Ucrânia relembra acidente em Chernobyl e denuncia 'chantagem' nuclear russa

Rússia invadiu brevemente o local no ano passado e segue ocupando outra usina nuclear, Zaporizhzhia, a maior da Europa. - REUTERS/Gleb Garanich/File Photo
Rússia invadiu brevemente o local no ano passado e segue ocupando outra usina nuclear, Zaporizhzhia, a maior da Europa. Imagem: REUTERS/Gleb Garanich/File Photo

26/04/2023 09h57

A Ucrânia comemora nesta quarta-feira (26) o 37º aniversário da catástrofe nuclear de Chernobyl, ao mesmo tempo em que denuncia a "chantagem" da Rússia, que invadiu brevemente o local no ano passado e segue ocupando outra usina nuclear, Zaporizhzhia, a maior da Europa.

"Há 37 anos, a catástrofe da usina nuclear de Chernobyl deixou uma cicatriz enorme em todo o mundo", declarou o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, no Telegram.

"No ano passado, o ocupante [russo] não só invadiu esta usina nuclear, mas voltou a expôr o mundo ao perigo" de um novo incidente, continuou.

Ele ainda reforçou que é preciso "fazer tudo o possível para que o Estado terrorista não tenha nenhuma oportunidade de utilizar as instalações nucleares para chantagear a Ucrânia e o mundo".

Um reator da usina de Chernobyl, localizada a cerca de 100 quilômetros ao norte de Kiev, explodiu em 26 de abril de 1986, quando a Ucrânia ainda fazia parte da União Soviética. O acidente nuclear, considerado o pior da história, contaminou vastas regiões, sobretudo na Ucrânia, Belarus e Rússia. Grande parte da Europa Ocidental também foi atingida pela chuva radioativa.

No primeiro dia da invasão russa em solo ucraniano, em 24 de fevereiro de 2022, as tropas de Moscou entraram na zona de exclusão altamente radioativa em torno de Chernobyl através de Belarus e ocuparam a usina, que não está em funcionamento desde 2000. Eles permaneceram no local por um mês, antes de saquearem material científico das instalações, de acordo com Kiev.

Desde então, "as empresas científicas e de segurança na área de Chernobyl voltaram a funcionar normalmente", afirmou Zelensky.

Kiev, que não descarta um novo ataque russo por meio de Belarus, reforçou suas posições defensivas ao longo da fronteira norte, sobretudo na zona de exclusão em torno de Chernobyl, em um raio de 30 quilômetros.