Brasil é líder mundial de casos e mortes por dengue em 2024, diz OMS
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O Brasil tem o maior número de casos de dengue no mundo em 2024 e também o maior número de mortes. Num informe publicado nesta quinta-feira (30), a Organização Mundial da Saúde indicou que o registro aponta que o continente americano já superou a marca de 2023 em casos da doença.
Na avaliação da entidade, a dengue é classificada como uma "ameaça global".
"Foram estabelecidos mecanismos de resposta a emergências e a OMS apoia os países de alto risco nas regiões afetadas. Dada a escala atual dos surtos de dengue, o risco potencial de maior disseminação internacional e a complexidade dos fatores que afetam a transmissão, o risco geral ao nível global ainda é avaliado como alto e, portanto, a dengue continua sendo uma ameaça global à saúde pública", disse.
No mundo, a OMS aponta que:
- Entre 1 de janeiro e final de abril de 2024, cerca de 7,6 milhões de casos de dengue foram registrados no mundo.
- 3,4 milhões deles foram confirmados por laboratório
- 3,6 mil mortes no mundo por conta da doença
No Brasil, a OMS indica que existem 6,2 milhões de casos suspeito de dengue.
O levantamento também registra:
- 3 milhões de casos confirmados em laboratório no Brasil
- 4 mil casos severos no país
- 2,8 mil mortes
Nas Américas, o segundo lugar em termos absolutos é da Argentina, com 420 mil casos, seguido pelo Paraguai, com 257 mil. Em termos proporcionais relativos à população, o Brasil também tem uma das maiores taxas do mundo, sendo superado apenas por Guiana e Paraguai.
"Embora um aumento substancial nos casos de dengue tenha sido relatado globalmente nos últimos cinco anos, esse aumento foi particularmente pronunciado na Região das Américas, onde o número de casos já ultrapassou sete milhões até o final de abril de 2024, superando a alta anual de 4,6 milhões de casos em 2023", disse a OMS em sua avaliação.
Atualmente, 90 países têm transmissão ativa conhecida de dengue em 2024, e nem todos foram registrados em relatórios formais. Além disso, muitos países endêmicos não têm mecanismos sólidos de detecção e notificação. Isso, segundo a OMS, significa que o verdadeiro impacto da dengue no mundo é subestimado.
Para controlar a transmissão de forma mais eficaz, a OMS afirma que é "necessária uma vigilância robusta da dengue em tempo real para abordar as preocupações sobre possíveis casos não detectados, co-circulação e diagnóstico incorreto como outros arbovírus e movimentos de viagem não registrados".
"Esses fatores podem contribuir para a disseminação não reconhecida da doença e estabelecer um risco potencial de transmissão local em países não endêmicos", insiste.
Na avaliação da OMS, a capacidade geral dos países de responder a múltiplos surtos simultâneos continua a ser prejudicada devido à falta global de recursos, incluindo a escassez de kits de diagnóstico de dengue de boa qualidade para a detecção precoce da doença, a falta de pessoal clínico e de controle de vetores treinado e a conscientização da comunidade.
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