'O ano sem verão': a erupção que bloqueou o Sol e matou milhares em 1816
Em tempos em que tragédias climáticas tomam conta do nosso noticiário, uma antiga história foi recuperada nas redes sociais: "o ano em que não teve verão". Afinal, o que aconteceu em 1816?
Primeiro, é importante ressaltar que o verão apenas não existiu em parte do hemisfério norte. Ou seja, por aqui, o fenômeno não afetou diretamente o verão, mas trouxe consequências como o clima mais seco.
Tudo começou em abril de 1815, quando o Monte Tambora, na Indonésia, entrou em erupção, matando milhares de pessoas. Foi o reflexo de sua ação que fez Europa e América do Norte sofrerem com condições muito frias e úmidas.
De acordo com o estudo da revista "Environmental Research Letters", reproduzido pela CNN americana, a erupção injetou uma grande quantidade de dióxido de enxofre na estratosfera, que se espalhou pelo mundo todo e se transformou em aerossóis de sulfato. Essa substância bloqueou parte da luz solar e causou um resfriamento generalizado da superfície terrestre. Isso também resultou na redução das chuvas do mundo.
Segundo os estudiosos, a temperatura global naquele ano diminuiu até 3º C, e foi considerado assim como o ano mais frio dos últimos 250 anos. Na Europa, o verão teve a temperatura média mais fria no período entre 1766 e 2000.
Há relatos, inclusive, de neve no mês de agosto em algumas regiões como Nova York. Na Pensilvânia, lagos permaneceram congelados por todo o "verão". Enquanto isso, em alguns países da Europa, o que se viu foi a queda de uma neve mais escura, meio avermelhada.
Além de todo esse rebuliço climática, a consequência desse efeito foi o aumento da fome nos países atingidos. A produção agrícola não foi efetiva e, por isso, os preços se elevaram com o pouco que era feito. Os animais também foram atingidos pela mudança climática e morreram em grande quantidade.
A morte dos cavalos, principal meio de transporte da época, levou à criação da bicicleta, por Karl Drais, em 1817.
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