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Sobe para 226 o número de mortos após jejum 'para encontrar Jesus' no Quênia

Polícia exuma corpos de pessoas mortas de fome por igreja extremista no Quênia  - Reprodução/Twitter
Polícia exuma corpos de pessoas mortas de fome por igreja extremista no Quênia Imagem: Reprodução/Twitter

17/05/2023 14h18Atualizada em 17/05/2023 16h40

Pelo menos 226 pessoas morreram em uma floresta do sudeste do Quênia, onde se reuniu uma seita cujo líder encorajou fazer um jejum extremo "para se encontrar com Jesus", segundo um novo balanço divulgado, nesta quarta-feira (17), pelas autoridades, após encontrar mais 15 corpos.

A polícia acredita que a maioria dos corpos descobertos próximo à cidade costeira de Malindi corresponde aos seguidores da seita de Paul Nthenge Mackenzie, um ex-taxista que se autoproclamou "pastor" da Igreja Internacional da Boa Notícia (Good News International Church), que o mesmo criou.

Ao final das operações desta quarta, "14 cadáveres foram exumados e outro foi encontrado na selva", declarou a prefeita da região, Rhoda Onyancha, e acrescentou que uma outra pessoa foi encontrada viva.

Segundo as autópsias realizadas nos 112 primeiros corpos, a maioria das vítimas morreu de fome, após seguir a pregação de Paul Nthenge Mackenzie, que, por sua vez, será processado por "terrorismo".

Algumas vítimas, entre elas várias crianças, foram, no entanto, estranguladas ou espancadas, indicou há duas semanas o chefe das operações forenses, Johansen Oduor.

As autópsias também revelaram que em alguns corpos faltavam órgãos, destacou o diretório de investigações criminais em um documento judicial consultado pela AFP em 9 de maio, e no qual se fala de "tráfico de órgãos bem coordenado e com vários atores envolvidos".

O ministro do Interior, Kithure Kindiki, pediu prudência em relação à denúncia e afirmou que é "uma teoria sobre a qual estamos investigando".

Paul Mackenzie está preso desde que se entregou às autoridades em 14 de abril, depois de que as autoridades encontraram as primeiras vítimas na floresta de Shakahola. Desde então, foram encontradas 50 fossas comuns na região.

O pastor mais influente do Quênia, Ezekiel Odero, também foi detido, em 20 de abril, no marco do caso, e depois colocado em liberdade sob fiança.

Odero é investigado pela possível presença de seus fiéis entre as vítimas encontradas em Shakahola. Mais de 20 contas bancárias pertencentes a ele foram congeladas.