Soldados ouviram pedidos de socorro de reféns mortos por erro em Gaza cinco dias antes
Soldados israelenses estiveram no mesmo edifício que três reféns mortos por erro na Faixa de Gaza e ouviram seus chamados de socorro cinco dias antes dos fatos, segundo as conclusões de uma investigação do Exército de Israel publicada nesta quinta-feira (28).
No dia 10 de dezembro, os soldados entraram em um edifício e ouviram gritos em hebraico que diziam "reféns" e "socorro".
Os militares, no entanto, pensaram que era uma armadilha de combatentes do Hamas neste imóvel de Shujaya, no leste da Cidade de Gaza.
Ao pensarem que havia explosivos no edifício, os soldados saíram dali. Cinco combatentes do Hamas que vigiavam os reféns morreram depois por disparos de helicópteros israelenses enquanto tentavam se afastar do imóvel, segundo a investigação.
Os reféns "provavelmente" fugiram depois, aponta a averiguação.
Cinco dias depois, soldados israelenses atiraram contra eles, após terem os "identificado como ameaças". Dois morreram instantaneamente. O terceiro fugiu e, segundo a investigação, os soldados receberam a ordem de não atirar para que ele pudesse ser identificado.
O comandante do batalhão, ao ouvir gritos em hebraico de "socorro!" e "estão atirando em mim!", pediu ao refém sobrevivente que avançasse em sua direção e repetiu a seus comandados que não disparassem.
Mas dois soldados, "que não ouviram a ordem por causa do barulho de um tanque próximo", o mataram.
Os três reféns estavam sem camisa e tremulavam uma bandeira branca.
Na véspera do incidente, em 14 de dezembro, um drone do Exército identificou inscrições em um edifício a 200 metros do lugar onde os reféns foram mortos. "SOS", "socorro, três reféns", diziam.
"O Exército fracassou em sua missão de resgatar os reféns", declarou o chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel, o general Herzi Halevi, em um comunicado. Os disparos contra os três reféns "poderiam ter sido evitados", acrescentou.
As vítimas são Yotam Haim, de 28 anos, e Samer al-Talalqa, de 25 anos. Ambos foram sequestrados no kibutz Nir Am durante o ataque do Hamas no sul de Israel em 7 de outubro.
O terceiro refém é Alon Lulu Shamriz, de 26 anos, do kibutz de Kfar Aza.
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