Ucrânia e EUA trabalham em 'acordo de segurança', afirma Zelensky

A Ucrânia e os Estados Unidos "começaram a trabalhar em um acordo de segurança bilateral", anunciou nesta segunda-feira (22) o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, após uma ligação com seu contraparte americano, Joe Biden, a quem agradeceu pelo novo pacote de ajuda aprovado no fim de semana.

Em seu discurso diário, Zelensky também afirmou que Kiev e Washington avançaram no tema da entrega de mísseis americanos de longo alcance ATACMS.

A ex-república soviética, invadida pela Rússia em fevereiro de 2022, assinou "acordos de segurança" com vários países europeus como França, Reino Unido e Finlândia nos últimos meses.

Esses pactos contêm essencialmente promessas de continuar fornecendo apoio militar e econômico a longo prazo à Ucrânia, com o objetivo de que ela possa enfrentar a invasão russa.

Durante a ligação telefônica, Zelensky afirmou estar "grato" a Biden por seu "apoio inabalável" à Ucrânia e disse que a ajuda "reforçará nossa capacidade de defesa antiaérea, de longo alcance e de artilharia".

A Câmara dos Representantes dos EUA aprovou no sábado um novo pacote de ajuda no valor de US$ 61 bilhões (R$ 317 bilhões, na cotação atual) à Ucrânia, bloqueada há meses devido a lutas políticas em Washington.

Biden prometeu nesta segunda-feira a Zelensky enviar "rapidamente" a ajuda, uma vez que o Congresso a aprove de forma definitiva, para responder às "necessidades urgentes da Ucrânia".

A aprovação da ajuda foi recebida com alívio na ex-república soviética, onde a situação no front de batalha piorou consideravelmente nas últimas semanas.

Frente a um Exército russo mais numeroso e melhor equipado, as tropas ucranianas foram obrigadas a ceder terreno. Moscou reivindicou nesta segunda-feira a tomada de uma nova localidade no leste do país.

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- Torre de televisão destruída -

Pouco antes da ligação entre ambos os líderes, um bombardeio russo destruiu a torre de televisão de Kharkiv, a segunda maior cidade ucraniana situada perto da fronteira com a Rússia.

A estrutura da torre, de 240 metros, desabou, constatou um jornalista da AFP. A instalação já havia sido danificada após outro ataque russo em março de 2022.

"Os funcionários se esconderam durante o alerta. Não houve vítimas", afirmou o governador regional, Oleg Synegubov, acrescentando que ocorreram "interrupções no sinal de televisão".

Imagens divulgadas nas redes sociais e gravadas logo após o impacto mostram a parte superior da torre caindo em uma nuvem de fumaça cinza.

A cidade de Kharkiv, onde viviam mais de 1,4 milhão de pessoas antes da guerra, tem sido atacada com mais frequência pelas forças russas nas últimas semanas.

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No front de batalha, onde as tropas russas ganham terreno desde a queda de Avdiivka em fevereiro, Moscou reivindicou a tomada da vila de Novomykhailivka, a cerca de 30 km de Donetsk.

A vila fica perto de Vugledar, uma localidade no cruzamento das frentes sul e leste que a Rússia tem tentado conquistar há dois anos.

Várias localidades caíram nas mãos russas nas últimas semanas, em um momento em que o Exército ucraniano enfrenta escassez de munição e de pessoal militar, e em que a ajuda militar ocidental demora a chegar.

O chefe da inteligência militar ucraniana, Kyrylo Budanov, afirmou nesta segunda-feira que a situação no front de batalha iria piorar até meados de maio e junho. Será um "período difícil" para a Ucrânia, insistiu.

Em fevereiro, Moscou conseguiu tomar Avdiivka. E hoje busca conquistar Chasiv Yar.

A cidade está 30 km a sudeste de Kramatorsk, a principal cidade da província de Donetsk que ainda está sob controle ucraniano e é um importante nó ferroviário e logístico para o exército.

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Kiev teme uma ofensiva russa ainda mais forte. O comandante-em-chefe das Forças Armadas ucranianas, Oleksandr Syrsky, alertou no meio de abril que a situação havia piorado "consideravelmente" na frente leste.

A grande contraofensiva ucraniana do verão no hemisfério norte de 2023 encontrou fortes linhas defensivas russas, que esgotaram os recursos do Exército ucraniano.

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© Agence France-Presse

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