Com abstenção do Brasil, OEA rejeita resolução que pedia transparência a governo venezuelano por eleições
O Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) rejeitou, nesta quarta-feira (31), uma resolução para exigir transparência ao governo da Venezuela sobre as questionadas eleições de domingo, que deram vitória a Nicolás Maduro, ao não alcançar a maioria absoluta de seus Estados-membros.
O projeto de resolução da organização regional de 34 países americanos obteve 17 votos a favor, nenhum voto contrário e 11 abstenções entre os Estados que participaram da reunião extraordinária.
Cinco países, incluída a Venezuela, rejeitaram a convocação do conselho.
Entre os que se abstiveram destacam-se Brasil e Colômbia, que haviam pedido ao governo Maduro a publicação das atas eleitorais de domingo para esclarecer qualquer dúvida sobre o pleito.
A reunião começou com mais de duas horas e meia de atraso por desencontros sobre uma frase do projeto de resolução, lamentou o presidente do Conselho Permanente, Ronald Sanders, sem dar detalhes.
A proposta exigia, entre outras coisas, que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) "publicasse imediatamente os resultados das eleições presidenciais de cada centro de votação", bem como "uma verificação integral dos resultados na presença de observadores internacionais para garantir a transparência, credibilidade e legitimidade" do pleito.
Maduro ofereceu nesta quarta-feira entregar "100% das atas" eleitorais e afirmou que os líderes opositores que denunciam fraude "devem estar atrás das grades".
Os líderes da oposição, María Corina Machado e seu candidato presidencial, Edmundo González Urrutia, alegam que ganharam as eleições e denunciam uma escalada da repressão que deixou, desde segunda-feira, pelo menos 12 mortos e dezenas de feridos, além de mais de 1.000 detidos, segundo o governo.
Os 17 países que votaram a favor da resolução do Conselho Permanente foram: Argentina, Canadá, Chile, Costa Rica, Equador, El Salvador, Estados Unidos, Guatemala, Guiana, Haiti, Jamaica, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Suriname e Uruguai.
E as 11 abstenções foram de Antígua e Barbuda, Barbados, Belize, Bolívia, Brasil, Colômbia, Dominica, Granada, Honduras, São Cristóvão e Neves, e Santa Lúcia.
Entre os países que não compareceram à reunião, destaca-se o México.
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