Conteúdo publicado há 2 meses

Bombeiros registram primeiros progressos em luta contra grande incêndio perto de Atenas

Os bombeiros gregos fizeram progressos nesta terça-feira (13) no combate a um grande incêndio florestal que assola os subúrbios de Atenas há três dias, matando uma mulher, causando grandes danos e obrigando milhares de pessoas a abandonarem suas casas.

Um porta-voz dos bombeiros declarou à AFP que "há focos de chamas", mas que já não existem "áreas particularmente preocupantes".

"Estamos em uma situação melhor no front", disse Costas Tsigkas, chefe da associação de bombeiros gregos, à televisão estatal ERT nesta terça-feira.

Centenas de bombeiros, com 200 caminhões e nove aeronaves, foram mobilizados para lutar contra o incêndio, que começou no domingo no município de Varnavas, cerca de 35 quilômetros ao nordeste de Atenas.

O corpo de uma mulher moldava foi encontrado dentro de uma fábrica incendiada e pelo menos 71 pessoas, incluindo cinco bombeiros, necessitaram de atendimento médico devido às chamas.

Alimentado por ventos fortes, o incêndio mais grave desde o início do ano na Grécia destruiu edifícios e veículos em mais de 10.000 hectares das imediações da capital grega.

Segundo a Proteção Civil grega, cerca de 100 casas sofreram danos graves.

Em resposta a um pedido de ajuda internacional do governo grego, França, Itália, República Tcheca, Romênia, Sérvia e Turquia enviaram centenas de bombeiros, helicópteros, caminhões e aviões para o combate às chamas, informaram as autoridades.

- "Tudo queimou" -

Apesar da mobilização dos bombeiros, as chamas avançaram na segunda-feira pelo Monte Pentelicus, que domina a cidade, e avançaram pelos subúrbios da capital, onde vivem dezenas de milhares de pessoas.

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As autoridades emitiram dezenas de ordens de evacuação para moradores da região e várias instalações esportivas, incluindo o Estádio Olímpico de Atenas, foram abertas para acomodar pessoas deslocadas. 

O prefeito de Chalandri declarou à ERT que viu quase uma dezena de casas destruídas pelas chamas. "O fogo percorreu 50 quilômetros e mudou de direção 10 vezes", disse Simos Roussos.

Os prefeitos de Penteli e Varvanas, onde o incêndio começou, também relataram dezenas de residências destruídas nestas áreas.

O Ministério do Interior concordou em distribuir 4,7 milhões de euros (R$ 28,2 milhões, na cotação atual) entre os oito municípios afetados.

"Nunca, em um milhão de anos, pensei que um incêndio chegaria aqui", afirmou Sakis Morfis, de 65 anos, diante de sua residência reduzida a cinzas em Vrilissia, uma cidade no subúrbio de Atenas.

"Estamos sem roupas, sem dinheiro, tudo queimou dentro de casa", lamentou.

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Com grande parte da capital coberta pela fumaça durante dois dias consecutivos, cientistas relataram um aumento alarmante de partículas danosas no ar, especialmente entre domingo e a noite de segunda-feira.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, garantiu que a instituição está "preparada para ajudar a atender às necessidades urgentes de saúde das comunidades afetadas". 

"Todos os dias somos lembrados da crise climática", escreveu ele na rede social X. 

O risco de incêndios continua muito elevado para quarta-feira, sobretudo no norte da Grécia, alertaram os bombeiros em comunicado. 

- Perguntas sem respostas -

A gestão do incêndio gerou críticas ao governo conservador por parte da imprensa da Grécia, país especialmente vulnerável a esses eventos.

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"Já basta", clamava a capa do jornal centrista Ta Nea, o mais vendido da Grécia. O jornal liberal Kathimerini apontava que o incêndio "descontrolado" "deixou uma ampla destruição e perguntas sem resposta".

"Evacuem Maximou", dizia o jornal de esquerda Efsyn, referindo-se ao edifício que abriga o gabinete do primeiro-ministro da Grécia.

Muitos outros jornais, inclusive o pró-governo Eleftheros, falavam de um "pesadelo".

O primeiro-ministro, Kyriakos Mitsotakis, interrompeu suas férias em Creta para retornar à capital no domingo. "Fazemos tudo o que podemos para melhorar a cada ano, mas, infelizmente, as condições estão cada vez mais difíceis", disse após uma reunião de gabinete nesta terça-feira.

Cerca de 200 pessoas protestaram diante do Parlamento nesta terça-feira. "Nos queimaram! Governo, ministros, são responsáveis por este crime", dizia uma faixa.

Este novo desastre trouxe à tona a lembrança dos incêndios de julho de 2018 em Mati, uma área costeira perto de Maratona onde 104 pessoas morreram em uma tragédia depois atribuída a erros e atrasos nas evacuações.

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A atual temporada de incêndios na Grécia tem causado focos quase diários no país, que registrou seu inverno mais quente e seus meses de junho e julho mais quentes desde o início da coleta de dados confiáveis em 1960.

Os cientistas alertam que as emissões de combustíveis fósseis agravam a duração, a frequência e a intensidade das ondas de calor em todo o mundo.

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© Agence France-Presse

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