Interpol lança campanha para identificar mulheres assassinadas em casos não solucionados

A Interpol lançou, nesta terça-feira (8), uma campanha para identificar 46 mulheres, a partir de elementos como uma tatuagem ou um colar, cujos corpos foram encontrados na Europa em casos ainda não solucionados, alguns deles décadas atrás.

"A menor informação pode ser decisiva para elucidar estes mistérios", disse Jürgen Stock, secretário-geral do órgão mundial de cooperação policial, em um apelo público para "dar respostas às suas famílias e obter reparação".

A maioria das mulheres foi "assassinada ou morreu em circunstâncias suspeitas ou inexplicadas", segundo a instituição com sede em Lyon, no leste da França. Sete corpos foram encontrados na Espanha.

A iniciativa tem como base uma ação lançada pela Interpol em 2023 para identificar 22 mulheres mortas, graças à qual receberam 1.800 denúncias.

O programa foi ampliado para incluir casos da Bélgica, Alemanha e Países Baixos, assim como mortes sem solução em França, Itália e Espanha.

"Seja uma memória, uma pista ou uma anedota, o menor detalhe pode ajudar a descobrir a verdade", disse Stock em comunicado.

A campanha de identificação obteve um sucesso significativo em novembro, após o anúncio de que o corpo de uma mulher assassinada e que foi encontrado há 31 anos em um rio belga foi identificado como sendo o da britânica Rita Roberts.

Ela foi reconhecida por um familiar devido à tatuagem de uma flor preta com folhas verdes.

"Justiça" para as vítimas

A Interpol divulga imagens dos rostos das mulheres e de objetos, como joias e roupas, encontrados em diversos locais onde os restos mortais foram abandonados.

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"Queremos identificar as mulheres falecidas, dar respostas às famílias e garantir que as vítimas obtenham justiça. Mas não podemos fazer isso sozinhos", declarou Stock. "Sua ajuda pode mudar tudo".

Entre as mulheres que a Interpol está tentando identificar está uma jovem com idade estimada entre os 16 e os 22 anos. Em 2005, seu corpo foi encontrado dentro de uma mala vermelha em um canal da cidade de Schiedam, no oeste dos Países Baixos.

"A vítima usava meias vermelhas e amarelas, com um pato estampado no calcanhar", explica o site da campanha, que também informa outros detalhes.

O corpo de outra jovem foi encontrado em uma área de floresta perto de Berlim, em novembro de 1988.

Conhecida como "a mulher da roupa masculina", ela usava uma camiseta cinza, calça jeans e um casaco bege. Foi "violentamente assassinada", diz a Interpol.

Para apoiar esta iniciativa, a agência de cooperação policial convidou 12 mulheres famosas do segmento cultural e do esporte, incluindo a atriz holandesa Carice van Houten e a ex-atleta francesa Marie-Jose Perec, para serem embaixadoras da campanha.

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"Olhem para estas mulheres (...) poderiam ser sua amiga, sua prima, uma colega, sua paciente, sua vizinha, que desapareceu repentinamente", dizem as personalidades em um vídeo de apoio.

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