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Aborto, bandeira, Congresso: as votações além do próximo presidente nos EUA

Os eleitores americanos decidirão em 5 de novembro quem assumirá o controle da Casa Branca, mas também estarão em jogo um novo Congresso e o destino de dezenas de milhares de cargos eletivos, enquanto a questão do aborto é objeto de vários referendos locais.

Congresso

Além de definir um presidente, milhões de eleitores americanos decidirão a sorte dos legisladores do Congresso, composto por duas Câmaras de igual poder: a dos Representantes e o Senado.

Câmara de Representantes: todos os 435 representantes renovados, para um mandato de dois anos, por distrito eleitoral. Os republicanos dominam a Câmara Baixa por uma margem estreita, mas após a desistência de Joe Biden da corrida pela Casa Branca em favor de Kamala Harris, os democratas esperam que o entusiasmo os faça reconquistar a maioria.

Senado: 34 dos 100 assentos da Câmara Alta estão em jogo, para um mandato de seis anos. Os democratas, que possuem uma maioria de apenas um assento no Senado, têm a difícil tarefa de defender dois terços dos assentos em disputa. Os republicanos são os favoritos e pretendem mudar o jogo.

Os Estados Unidos estão polarizados, mas não é incomum que no início de uma Presidência o mesmo partido controle tanto o Executivo quanto as duas casas do Congresso, ou seja, todos os principais instrumentos do poder federal, observa o Pew Research Center.

Governadores

Onze dos 50 estados dos Estados Unidos elegerão novos governadores. O governador é a figura política mais poderosa de um estado e tem poder executivo sobre um grande número de áreas que não são competência do governo federal.

Na Carolina do Norte, um dos estados mais disputados para as eleições presidenciais, o candidato republicano apoiado por Donald Trump manteve sua candidatura a governador, apesar da revelação de que Mark Robinson publicou mensagens polêmicas sobre nazismo e escravidão em um site pornográfico na década de 2010, algo que ele nega ter feito.

Referendos

Desde a abolição, em 2022, do direito federal ao aborto por uma Suprema Corte de maioria conservadora, este assunto tem dominado o debate público.

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Os democratas estão usando os "direitos reprodutivos" como um "espantalho" para dissuadir as eleitoras, em particular, de escolher os republicanos.

Os americanos votarão sobre se os estados devem garantir o direito ao aborto em pelo menos 10 deles. E em metade deles (Flórida, Arizona, Nebraska, Missouri, Dakota do Sul), o resultado pode significar uma mudança concreta no acesso a esse direito.

Na Flórida, o terceiro estado mais populoso do país, o aborto está restrito desde maio a seis semanas de gestação, ou seja, antes que muitas mulheres saibam que estão grávidas.

Os eleitores poderão optar por autorizar o aborto até o momento em que o feto possa sobreviver fora do útero materno (viabilidade, em torno das 24 semanas). Para isso, a "emenda 4" deve obter 60% dos votos.

Segundo as últimas pesquisas de opinião, sua aprovação ainda é muito incerta.

Além disso, haverá em todo o país dezenas de referendos sobre temas muito diversos.

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No Colorado, por exemplo, os eleitores decidirão se proíbem ou não a "caça de troféus", ou seja, a matança de pumas ou linces. E em Maine, decidirão se mudam a bandeira do estado.

Eleições locais

Também serão renovados milhares de cargos a nível local: parlamentos estaduais, juízes, prefeitos e câmaras municipais, condados e xerifes, entre outros.

© Agence France-Presse

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