Maduro diz que libertações após crise eleitoral buscam 'justiça'

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse na segunda-feira (18)que a libertação de um grupo de venezuelanos detidos após as polêmicas eleições nas quais ele foi proclamado vencedor para um terceiro mandato consecutivo em meio a denúncias de fraude busca fazer "justiça".

Maduro fez o comentário em referência a 225 medidas de liberdade anunciadas na sexta-feira, 15 de novembro, pelo Ministério Público, após a revisão de casos vinculados aos protestos contra sua reeleição, que resultaram em quase de 2.400 pessoas detidas, incluindo 164 adolescentes.

"A feliz libertação deste grupo de venezuelanos e venezuelanas foi uma iniciativa conjunta entre o procurador-geral, Tarek William Saab, a presidente do TSJ (Tribunal Supremo de Justiça), Caryslia Beatriz Rodríguez, e eu, na busca por justiça", disse Maduro durante seu programa semanal de televisão.

As medidas foram concedidas alguns dias após Maduro pedir para "retificar e revisar" os casos por "justiça".

Os protestos pós-eleitorais também deixaram 28 mortos, incluindo dois soldados, e quase 200 feridos.

"Apenas se houver justiça, haverá paz. Assim, parabenizo os órgãos da justiça, o Poder Judiciário, o Poder Cidadão e o Ministério Público pelos passos muito favoráveis que consolidam a paz no país", disse Maduro.

Contudo, ao ser questionado sobre a possibilidade de conceder uma anistia geral, ele respondeu: "Acredito que vai acontecer justiça geral".

A ONG Foro Penal, dedicada à defesa de presos políticos, comprovou 143 libertações, incluindo 10 adolescentes e 133 adultos, até a noite de segunda-feira.

"Após as recentes libertações, a Venezuela continua com mais de 1.700 presos políticos", afirmou Alfredo Romero, presidente da Foro Penal.

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A ONG denunciou que a Venezuela registra o maior número de "presos políticos" no século XXI e no continente americano, a maioria em penitenciárias de segurança máxima.

mbj/atm/fp

© Agence France-Presse

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