Rússia e Ucrânia trocam 246 prisioneiros de guerra em meio a cessar-fogo
Rússia e Ucrânia trocaram neste sábado 246 prisioneiros de cada lado e 46 soldados feridos que precisavam de tratamento urgente. As trocas de prisioneiros representam uma das últimas áreas de cooperação entre os dois países.
A troca de prisioneiros ocorre em meio a um cessar-fogo anunciado pelo presidente russo Vladimir Putin, por ocasião da Páscoa. Putin ordenou a suspensão "de todas as ações militares" temporariamente por motivos "humanitários".
"Hoje, das 18h00 (12h00 de Brasília) até a meia-noite de domingo (18h00 de Brasília), a parte russa declara uma trégua de Páscoa", anunciou durante uma reunião com o comandante do Estado-Maior russo, Valeri Guerasimov.
"Partimos da premissa de que a parte ucraniana seguirá nosso exemplo, mas nossas tropas devem estar preparadas para resistir a possíveis violações da trégua e provocações por parte do inimigo, assim como ações agressivas", afirmou Putin.
O anúncio ocorre em meio às pressões do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pelo fim do conflito, iniciado com a ofensiva russa em fevereiro de 2022. Trump, que assumiu um novo mandato em janeiro, ameaçou na sexta-feira abandonar as negociações se não observar avanços.
O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, disse que o país vai respeitar o cessar-fogo de Páscoa. "Se a Rússia agora está subitamente disposta a se comprometer realmente com um formato de silêncio completo e incondicional, a Ucrânia agirá de acordo, espelhando as ações da Rússia", declarou Zelensky neste sábado em postagem no X, acrescentando que propõe estender o cessar-fogo "para além do dia de Páscoa, em 20 de abril".
O presidente ucraniano também acusou a Rússia de já ter quebrado suas promessas, afirmando que "operações de ataque russas continuam em vários setores da linha de frente, e os disparos da artilharia russa não foram reduzidos".
A Páscoa, uma data muito importante para os cristãos, é celebrada no domingo (20) e este ano a data coincide no calendário dos católicos romanos e dos ortodoxos.
Outras tentativas de estabelecer uma trégua em datas importantes do calendário cristão, como a Páscoa de 2022 e o Natal ortodoxo de 2023, fracassaram por falta de acordo.
Soldados ucranianos na frente de batalha, entrevistados pela AFP, disseram que não acreditam que a Rússia respeitará a trégua.
"É impossível acreditar em qualquer tipo de cessar-fogo por parte dessas pessoas", afirmou Dmitri, um soldado de 40 anos, durante um período de descanso em Kramatorsk, no leste da Ucrânia.
As pessoas que confiam em Putin "deveriam repensar tudo o que realmente está ocorrendo e filtrar suas informações", concordou seu companheiro Vadim.
A Rússia declarou na sexta-feira o fim de uma moratória dos bombardeios contra instalações de energia na Ucrânia, após uma troca de acusações das duas partes sobre a violação do acordo.
Putin afirmou que Guerasimov o informou que a Ucrânia descumpriu "mais de 100 vezes" o compromisso de não atacar infraestruturas de energia.
Segundo o chefe de Estado russo, a resposta ucraniana à trégua anunciada no sábado "mostrará a sinceridade do regime de Kiev, sua vontade e capacidade de respeitar os acordos, de participar no processo de negociações de paz que pretendem eliminar as causas profundas da crise ucraniana".
2 comentários
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Mario Antonio Ribeiro Fortes
O LULA APOIA A INVASÃO DA UCRÂNIA PELA RUSSIA; TODO POVO BRASILEIRO É CONTRA.
Roberto Brandao Machado
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