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Aplicações no Tesouro Direto atingem recorde em março

Wellton Máximo - Repórter da Agência Brasil

20/04/2017 15h59

A venda de títulos públicos a pessoas físicas pela internet atingiu recorde em março. Segundo números divulgados hoje (20) pelo Tesouro Nacional, as vendas somaram R$ 2,648 bilhões no mês passado, o maior montante mensal desde a criação do Programa Tesouro Direto, em 2002. O recorde anterior havia sido registrado em janeiro deste ano, quando as vendas tinham totalizado R$ 2,474 bilhões. Os títulos mais demandados pelos investidores no mês passado foram os vinculados à taxa Selic (juros básicos da economia), que concentraram 43,5% das vendas. Os papéis corrigidos pela inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) representaram 39,9% do total. Os títulos prefixados, com juros definidos no momento da emissão, corresponderam a 16,6%. Os investimentos de menor valor continuaram a liderar a preferência dos aplicadores. As vendas abaixo de R$ 5 mil concentraram 61,2% do volume aplicado no mês. Em março, o número de investidores ativos (que efetivamente possuem aplicações) subiu 19.566, alcançando 461.535, alta de 68,3% nos últimos 12 meses. Participação das mulheres De acordo com o Tesouro Nacional, as mulheres responderam por 68,6% dos novos investidores cadastrados no programa no mês passado, maior percentual da série histórica para um mês. Segundo o órgão, o aumento reflete uma campanha de incentivo promovida no Dia Internacional da Mulher. Em fevereiro, o ingresso de mulheres tinha correspondido a apenas 31,9% dos cadastros. Com o resultado de março, o estoque de títulos públicos aplicados no Tesouro Direto subiu 1,5% em relação a fevereiro, alcançando R$ 43,6 bilhões. A variação do estoque representa a diferença entre as vendas e os resgates, mais o reconhecimento dos juros que incidem sobre os títulos. Em março, os resgates somaram R$ 2,383 bilhões, dos quais R$ 838,8 milhões foram relativos a recompras (quando o Tesouro recompra títulos em circulação) e R$ 1,544 bilhão, aos vencimentos (quando o prazo do papel acaba e o Tesouro paga os investidores). O Tesouro Direto foi criado em janeiro de 2002 para popularizar esse tipo de aplicação e permitir que pessoas físicas possam adquirir títulos públicos diretamente do Tesouro, via internet, sem intermediação de agentes financeiros. O aplicador só tem de pagar uma taxa à corretora responsável pela custódia dos títulos. Mais informações podem ser obtidas no site do Tesouro Direto. A venda de títulos é uma das formas que o governo tem de captar recursos para pagar dívidas e honrar compromissos. Em troca, o Tesouro Nacional se compromete a devolver o valor com um adicional que pode variar de acordo com a Selic, índices de inflação, câmbio ou uma taxa definida antecipadamente no caso dos papéis prefixados.