Continua greve de metroviários em cinco capitais

Em São Paulo

Continua a greve do transporte público nas cinco capitais brasileiras que são gerenciadas pela Companhia Brasileira de Transportes Urbanos (CBTU), nesta segunda-feira. De acordo com a Federação Nacional dos Metroviários (Fenametro), faz uma semana que os metroviários e ferroviários reivindicam por algum aumento salarial a partir da oferta do Governo Federal de 0% de reajuste para a categoria.

Os metroviários de Belo Horizonte, Recife, Maceió, João Pessoa e Natal decidiram pela greve no último dia 14 de maio. Os sindicatos dos metroviários de cada capital afirmam que estão abertos a negociações com a CBTU para que a greve termine, mas durante sete dias a empresa não cedeu às reivindicações da categoria.

Segundo o presidente da Fenametro, Paulo Roberto Pasin, na última sexta-feira, 18, o presidente da CBTU convocou uma reunião com todos os sindicatos dos Estados envolvidos na paralisação, mas não compareceu. De acordo com Pasin, representantes da empresa colocaram em pauta o retorno dos trabalhos, ainda sem o reajuste salarial, para que, a CBTU pudesse argumentar com o Governo Federal algum índice para o aumento.

"Essa atitude de sequer aparecer na reunião demonstra que ele não se preocupa em resolver o problema. Diante disso, todas as assembleias decidiram manter a greve", diz o presidente da Fenametro.

A reportagem procurou a assessoria de imprensa da CBTU, mas não encontrou nenhum porta-voz da empresa.

De acordo com dados da Fenametro, a paralisação em Belo Horizonte, Recife, Maceió, João Pessoa e Natal afeta cerca de 500 mil pessoas, impacto que é reduzido com a operação dos trens nos horários de pico, ou seja, mesmo durante a greve, o transporte público opera em determinados horários.

Na manhã desta segunda, a capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, aderiu às paralisações. A interrupção na frota de trens afeta cerca de 180 mil pessoas.

"A greve de Porto Alegre acontece no mesmo contexto já que a empresa Trensurb também é subordinada ao Governo Federal e o índice de reajuste 0% também cai sobre eles", explica Paulo Roberto Pasin. Os metroviários de Porto Alegre afirmam que a manifestação deve durar apenas 24 horas.

São Paulo

Os metroviários da capital paulista afirmam que a greve da categoria acontecerá na próxima quarta-feira, em função do descaso do Governo do Estado de São Paulo com os funcionários e usuários do transporte público.

Segundo a Fenametro, o Metrô-SP apresentou a proposta de reajuste salarial de 4,15% - aplicável ao vale refeição e cesta básica -, aumento real de 0,5% e participação nos resultados a partir de fevereiro de 2013. Para o sindicato, esses números são inaceitáveis, sendo que a categoria exige reajuste salarial de 5,13% e aumento real de 14,99%.

O presidente da Federação Nacional dos Metroviários afirma que neste ano houve apenas reuniões com o Governo e nenhuma negociação foi concluída.

"Na ultima reunião, foram negados os planos de saúde, a discussão sobre a jornada de trabalho e itens de cesta básica. O Metrô apresentou um dos índices de reajuste mais baixos que poderia ter apresenta e, diante disso, o sindicato marcou a greve", explica Pasin.

De acordo com o Sindicato dos Metroviários de São Paulo, a categoria ainda espera que o Metrô de São Paulo apresente uma segunda proposta para que a greve não aconteça.

O diretor executivo do Sindicato dos Metroviários, Alexandre Carvalho Leme, após o anúncio da paralisação o Metrô exigiu que 100% da frota circule na data, visando não afetar a população.

"Para não deixar a população sem transporte, nós argumentamos com a liberação das catracas. A categoria pretende trabalhar, mas não queremos perder o nosso direito de protestar", diz Leme.

O Sindicato dos Metroviários ainda espera que o Metrô apresente uma proposta melhor do que a já feita. "Só o custo da alimentação em SP aumentou 13% segundo pesquisa do DIESE, os trabalhadores precisam de um reajuste maior", argumenta Leme. Uma audiência está marcada para amanhã, terça-feira, às 14h45 entre o Sindicato dos Metroviários e o Metrô-SP.

Ônibus

A capital do Maranhão, São Luis, segue com 100% da frota rodoviária paralisada nesta segunda-feira. Segundo nota divulgada pelo Tribunal Regional do Trabalho do Estado, a greve é um descumprimento da lei. Na última quinta, o TRT ofereceu reajuste salarial de 7% e determinou a suspensão da greve, iniciada na terça-feira, 15.

Em caso de descumprimento, segundo o Tribunal, será aplicada multa diária de R$ 40 mil ao Sindicato dos Trabalhadores, além da configuração do crime de desobediência à ordem judicial.

O índice de reajuste oferecido pelo Governo do Estado do Maranhão representa menos da metade da porcentagem solicitada pelos rodoviários, que foi de 16%. Mesmo assim, o TRT afirma que as medidas cabíveis ao órgão foram tomadas.

Receba notícias do UOL. É grátis!

UOL Newsletter

Para começar e terminar o dia bem informado.

Quero Receber

UOL Cursos Online

Todos os cursos