Carro na sede do governo de Santa Catarina é incendiado
De Florianópolis
Com um veículo incendiado no estacionamento do Centro Administrativo do Governo do Estado, agora já são 91 os atentados em Santa Catarina. A ação, no considerado "quintal" do local de trabalho do governador Raimundo Colombo, soa como uma provocação das facções criminosas ao chefe do poder público.
O incêndio foi provocado na madrugada desta segunda-feira e ninguém foi preso. Desde o dia 30 de janeiro, o governo mantém uma grande operação de segurança nas ruas para dar fim à onda de atentados em protesto à política disciplinar carcerária adotada no Estado.
Os atentados são ordenados pelos líderes do Primeiro Grupo Catarinense (PGC), organização criminosa liderada por presos distribuídos em várias casas do sistema prisional catarinense. Os 91 atentados feitos em 13 dias aconteceram em 28 cidades catarinenses. Pelo menos 35 ônibus já foram incendidos nos ataques.
Também em Florianópolis, no início da manhã desta segunda-feira, dois adolescentes armados com um facão, renderam o motorista e o cobrador de um ônibus da empresa Estrela, obrigando-os a sair para em seguida atear fogo no coletivo que foi totalmente destruído. A empresa suspendeu o serviço no bairro até terça-feira. As chamas atingiram a rede e o fornecimento de energia foi interrompido por cerca de duas horas.
No mesmo bairro, na manhã deste domingo, dois homens atiraram um rojão na frente da Base Operacional da Polícia Militar. A PM conseguiu prender um homem de 24 anos suspeito pelo atentado. Ele tem diversas passagens por tráfico de drogas e roubo, mas estava em liberdade condicional.
As ações criminosas se seguiram na manhã desta segunda-feira com ataques em outras regiões do Estado.
A segunda onda de atentados em Santa Catarina, que já dura 13 dias, é um protesto contra o sistema disciplinar e teve um trégua apenas no último sábado. A PM já identificou 130 envolvidos na onda, sendo que prendeu 31. Pelo menos 17 deles são adolescentes.
Além de ônibus, os alvos das ações criminosas são, preferencialmente, aqueles que tenham relação direta com o sistema de segurança pública, entre os quais instalações da Polícia Civil, do Departamento Prisional (Deap) e viaturas. Residências de agentes penitenciários também estão entre os alvos do bandidos.
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