Ato em Vitória reúne 100 mil pessoas
A segunda manifestação desta semana na capital capixaba deveria seguir um cronograma diferente da realizada na segunda-feira, quando 20 mil manifestantes atravessaram a Terceira Ponte em direção ao Município de Vila Velha e se reuniram próximos à Residência Oficial do governador para protestar. Desta vez, após deixar a Ufes, os manifestantes deveriam caminhar em direção ao Tribunal de Justiça, passando pela Assembleia Legislativa do Estado, mas boa parte das pessoas voltou a subir a ponte, dividindo o movimento.
Os manifestantes, que levaram instrumentos musicais, bandeiras do Brasil, fogos de artifício e sinalizadores, foram acompanhados de perto pela Polícia Militar, que esteve presente com viaturas e também sobrevoou a manifestação por todo o percurso. "Não é carnaval, é o Brasil caindo na real" era o grito mais ouvido no ato.
O aumento das tarifas do transporte público foi pauta de protesto há dois anos em Vitória, onde o Movimento Passe Livre (MPL) também saiu vitorioso com a concessão do benefício a todos os estudantes da rede pública e revogação dos aumentos exercidos na época.
O líder das manifestações de 2011, Gustavo de Biase, ressaltou a importância de um movimento sem cunho partidário e demonstrou apoio à manifestação: "Enxergo com muito otimismo o movimento, mas sou apenas mais um na multidão." Falando sobre as motivações do protesto, Biase é categórico ao dizer que a maior pauta é a indignação do povo e completa dizendo que "ainda é preciso montar comissões representativas do movimento. Mas o mais importante é ver o povo nas ruas."
Além do Movimento Passe Livre, representantes do movimento LGBT e contrários à PEC 37, que diminuiria o poder de investigação do Ministério Público, se reuniram à caminhada que ocorreu pacificamente. De acordo com Antônio Lopes, do movimento LGBT do Espírito Santo, este é um movimento histórico e que abraça todas as lutas: "Me sinto totalmente representado pelas manifestações e, ao mesmo tempo, me sinto lutando por todas as causas aqui levantadas", comentou.
De acordo com a página do evento no Facebook, o movimento ainda sem pauta de protesto definida, deve se reunir no próximo sábado para tentar pontuar as causas das manifestações que, neste momento, seguem uma pauta nacional que prevê o combate à criminalização de movimentos sociais, abuso de poder por parte da Polícia Militar e apoio às demais capitais que sofreram aumento nas passagens de ônibus.
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