Ato no Rio pede explicações sobre Amarildo
Do protesto participaram parentes da juíza Patrícia Acioli, assassinada por PMs há dois anos, artistas como Paula Lavigne, Fernanda Paes Leme e Thaila Ayala e representantes de grupos de direitos humanos. Os ativistas estenderam duas faixas na passarela de pedestres em frente à Rocinha, com os dizeres "Onde está Amarildo?" e "Quem matou o Amarildo?".
Elizabete Gomes da Silva, a Bete, mulher de Amarildo, comentou as acusações policiais de que sua casa seria refúgio de traficantes. A informação consta de relatório do delegado Ruchester Marreiros, presidente do inquérito da 15.ª Delegacia de Polícia (DP) que resultou na Operação Paz Armada, de combate ao tráfico, realizada um dia antes do sumiço do pedreiro. O relatório foi desconsiderado pelo delegado Orlando Zaccone, titular da 15.ª DP.
"Minha casa nunca foi usada por traficante. Estão inventando isso para mudar o foco, querendo colocar a culpa do sumiço e da morte do meu marido na família. Hoje está sendo o primeiro Dia dos Pais que meus filhos não o terão por perto. Já que ele está morto, só nos resta lutar por justiça", disse Bete.
Exceção. Para o diretor da Anistia Internacional no Brasil, Atila Roque, somente a mobilização da sociedade impedirá que o desaparecimento fique sem solução. "Não pode a essa altura se repetir o padrão de criminalizar a vítima. A família do Amarildo é vítima. Este caso sintetiza décadas em que as favelas foram tratadas como territórios de exceção. Estivemos reunidos na quinta-feira, 8, com os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça), Maria do Rosário (Direitos Humanos) e Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) e falamos da necessidade de o governo federal estar atento e, se necessário, assumir responsabilidades. Ou o Estado brasileiro garante direitos para todos, ou está em desacordo com todos os tratados internacionais", disse ele.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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