Rocinha tem tiroteio e PM baleado; ônibus é incendiado no Vidigal
A favela da Rocinha, na zona sul do Rio, é palco de intensos tiroteios desde a manhã desta quinta-feira (25), em função de uma operação da Polícia Militar, à qual criminosos reagiram. Até as 17h havia cinco feridos -- dois PMs e três suspeitos.
Um dos policiais está gravemente ferido; não há informações sobre o estado de saúde do outro PM e dos suspeitos.
Por volta das 17h30, o trânsito da avenida Niemeyer, que liga a Rocinha ao Vidigal, foi interrompido depois que um ônibus foi incendiado -- o coeltivo foi retirado do local por volta das 19h.
Ainda não há informações sobre o que motivou a ação. Até as 18h não havia registro de feridos, e os responsáveis pelo incêndio não haviam sido identificados nem presos
De acordo com o Centro de Operações, a Niemeyer está interditada nos dois sentidos devido a uma manifestação.
A prefeitura recomenda que moradores evitem a auto-estrada Lagoa-Barra em razão da operação policial na Rocinha.
A 11ª DP, que atende a Rocinha e fica na rua Bertha Lutz, ao pé do morro e paralela à auto-estrada Lagoa-Barra, foi cercada pela polícia por volta das 16h30, depois de um boato de que criminosos tentariam atacar a delegacia. O trânsito na rua da delegacia foi interrompido e cones plásticos, espalhados ao redor do local. PMs do Batalhão de Choque reforçam o policiamento.
Em nota, a PM negou que criminosos tenham atacado a UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha. "As perfurações na base [da UPP] foram decorrentes de confronto armado que ocorreu entre criminosos e equipe do Bope [o grupo de elite da PM] nas proximidades", afirmou a instituição.
De acordo com a Polícia Militar, sete fuzis foram apreendidos e quatro suspeitos, presos durante a operação realizada hoje na comunidade.
Nas redes sociais, moradores relatam o pânico com os tiroteios desta quinta.
"Mais um dia de confrontos na Rocinha, o que já nem é mais novidade, né? O desespero é tanto que os moradores hoje só estão pedindo para não atirar nos transformadores de energia e nos canos de água. Já que é para ficar sitiada, que seja com água e luz dentro de casa. E a sensação que fica é de que cada dia que se passa a nossa vida vale um pouquinho menos", diz uma moradora ao descrever a situação para o jornal comunitário Fala Roça.
Alunos da PUC-Rio, que fica na Gávea (zona sul), numa área próxima à Rocinha, também se assustaram com o barulho dos tiros, ouvidos a partir do campus. "Parece filme de guerra", relatou um aluno no Facebook.
De acordo com um levantamento do aplicativo Fogo Cruzado publicado no começo desta semana, o Estado do Rio registrou 5.994 tiroteios ao longo do ano de 2017 -- uma média de 16 trocas de tiros por dia.
Moradores da favela da Rocinha, que teve o chefe do tráfico, Rogério 157, preso em dezembro, relatam que o local está dividido entre facções rivais e temem uma nova investida de traficantes da ADA (Amigo dos Amigos), como a que desencadeou em setembro a crise de segurança que mobilizou quase mil homens das Forças Armadas.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.