Brumadinho: eutanásia com tiros em animais foi técnica, diz conselho veterinário
Nesta terça-feira, 29, animais em área de risco foram mortos por agentes na região. A apresentadora Luisa Mell publicou, nas redes sociais, um vídeo criticando a situação. "Não há eutanásia em cima de um helicóptero, atirando, isso é assassinato", declarou.
De acordo com o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), uma vaca e um cavalo, que estavam atolados há quatro dias em um local de difícil acesso, tiveram de ser abatidos por meio de rifle sanitário nesta segunda-feira, 28.
Os animais estavam em um lugar sem condições de segurança para serem içados, presos em uma área de risco aos socorristas e sem possibilidade de acesso para intervenção de outra técnica de eutanásia.
Ainda de acordo com o CFMV, com base na resolução nº 1000/2012, a decisão da equipe envolvida foi estritamente técnica, uma vez que os animais já estavam debilitados, desidratados e em sofrimento. A eutanásia animal pode ser indicada quando o "bem-estar do animal estiver comprometido de forma irreversível, sendo um meio de eliminar a dor ou o sofrimento, os quais não podem ser controlados por meio de analgésicos, de sedativos ou de outros tratamentos".
Em nota, o Conselho Federal de Medicina Veterinária explica que a escolha do método dependerá da espécie envolvida, da idade e do estado fisiológico dos animais, bem como dos meios disponíveis para a contenção.
O CFMV reitera que o momento é delicado e que requer uma deliberação profissional complexa, envolvendo preceitos técnicos e éticos. "Realizar a eutanásia é uma decisão difícil para os veterinários, que escolheram a profissão por amor aos animais".
A equipe do CFMV de Minas Gerais que está em Brumadinho atuou no resgate em 2015, após o rompimento da barragem em Mariana. Até esta quarta-feira, 30, 36 animais foram salvos em Brumadinho. Segundo a Brigada Animal, eles foram encaminhados para uma fazenda, onde passam por triagem e recebem os primeiros tratamentos.
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