Criminalizar homofobia é "passo além da necessidade", diz Mourão
O vice-presidente Hamilton Mourão disse ontem que não vê urgência para a discussão sobre a criminalização da homofobia. Para Mourão, "querer transformar a homofobia em um crime igual ao racismo é um passo além da necessidade". O STF (Supremo Tribunal Federal) começou a analisar o assunto nesta tarde, quando ouviu as partes envolvidas nas ações.
"Não acho que isso seja (uma pauta de) urgência. Acho que qualquer crime cometido contra qualquer pessoa, independente da opção sexual dela ou do gênero, é crime", disse a jornalistas.
Esse assunto de querer transformar a homofobia em um crime igual o racismo é um passo além da necessidade que temos hoje
General Hamilton Mourão, vice-presidente
Na avaliação do vice-presidente, o Congresso Nacional é o lugar adequado para discutir o tema, por ser o Poder responsável por elaborar as leis.
Na terça-feira (12), deputados federais da frente parlamentar evangélica se reuniram com o presidente do STF, ministro Dias Toffoli, para pressioná-lo e convencê-lo a retirar os processos da pauta, o que não ocorreu.
Retomada
O Plenário do STF retomou hoje o julgamento de dois processos em que se discute se há omissão legislativa para a edição de leis que criminalizem a homofobia: a Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) 26, cujo relator é o ministro Celso de Mello, e o Mandado de Injunção (MI) 4733, de relatoria do ministro Edson Fachin.
Ontem, ambos os ministros apresentaram os relatórios e o Plenário ouviu a sustentação oral das partes e dos representantes das instituições aceitas no processo como amici curiae, que não são partes, mas têm interesse na questão em discussão. A sessão de hoje foi interrompida sem que Celso de Mello terminasse de proferir seu voto. O julgamento será retomado na próxima quarta-feira (20).
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