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Cassado, Delcídio vai receber aposentadoria de R$ 11,5 mil

O ex-senador Delcídio do Amaral na CCJ do Senado - Alan Marques/ Folhapress
O ex-senador Delcídio do Amaral na CCJ do Senado Imagem: Alan Marques/ Folhapress

Amanda Pupo

Em Brasília

02/07/2019 07h18

Cassado em 2016, o ex-senador Delcídio Amaral passará a receber aposentadoria de R$ 11,5 mil a partir deste mês. O pagamento foi autorizado pelo Senado em portaria publicada na semana passada. O valor representa 12/35 (doze trinta e cinco avos) do salário atual dos parlamentares, que é de R$ 33,7 mil.

Delcídio, que era filiado ao PT e foi líder do governo no Senado na gestão de Dilma Rousseff, perdeu o mandato após acusações de que teria tentado obstruir as investigações da Operação Lava Jato.

Ele negociou um acordo de delação em que acusou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de participar do esquema para comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Tanto Delcídio quanto Lula foram absolvidos no caso.

Em 2017, o Ministério Público Federal pediu que o senador cassado perdesse os benefícios previstos na colaboração sob a justificativa de que ele teria mentido. O acordo, no entanto, continua vigente.

Conforme mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, o ex-petista é um dos 31 delatores "inadimplentes" com a Justiça, após não pagar parte da multa estipulada no acordo de colaboração premiada. Delcídio deve R$ 85 mil, referentes a uma parcela do total de R$ 1,5 milhão que acordou pagar.

Crise

O ex-parlamentar informou em maio que contava com a venda de imóveis para quitar a valor - vencido em setembro do ano passado -, mas que enfrentava "grandes dificuldades" no negócio em função de um arrolamento de bens, por causa da crise econômica e por ter seu nome associado à Lava Jato.

Procurada, a defesa afirmou que Delcídio tem "sérios problemas financeiros nesse momento, mas está fazendo todos os esforços para pagar a multa".

Atualmente, Delcídio mora em uma fazenda localizada em Corumbá, em Mato Grosso do Sul.

O ex-parlamentar ainda tentou voltar à cena política no ano passado, mas teve a candidatura ao Senado barrada por estar inelegível até 2027. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.