Taxa de monóxido de carbono em casa de família achada morta era 20 vezes a tolerada pela saúde
Quatro pessoas da mesma família foram achadas mortas ontem, em um apartamento em Santo André, no ABC paulista. A principal suspeita é de que as mortes tenham ocorrido por intoxicação após a inalação de monóxido de carbono. A taxa de monóxido de carbono medida pela perícia no apartamento foi mais de 20 vezes o nível tolerado pela saúde.
Os corpos foram encontrados pela irmã de uma das vítimas, que morava no mesmo prédio e estranhou a falta de notícias dos parentes desde que eles chegaram de uma viagem à Disney, na noite de sexta-feira.
Segundo informações da Polícia Militar, a corporação foi acionada às 12h02 para uma ocorrência de morte suspeita na Rua Haddock Lobo, na Vila Bastos. As vítimas não tinham sinal de violência.
A arquiteta Kátia Utima, 47, foi encontrada morta debaixo do chuveiro ainda ligado. O exaustor também queimava gás, segundo o depoimento do cunhado do casal, Cláudio, à polícia.
A menina Bárbara, 14, estava no andar de cima da beliche. O empresário Roberto, 46, estava abraçado ao filho Enzo, 3, na cama de baixo da beliche. As malas não haviam sido desfeitas.
A polícia desconfia de que a mãe teria sido a última a tomar banho, após a família chegar de viagem, pois a filha mais velha já tinha ido dormir --e o pai ninava o mais novo. Com as janelas fechadas e o gás produzido durante todo esse tempo, teriam morrido todos ao mesmo tempo.
"Não foi encontrada nenhuma chaminé de exaustão", diz o delegado Roberto Von Haydin, do 1.º DP de Santo André.
Em junho, antes de viajar, as quatro vítimas já haviam sido atendidas por um médico com crises de vômito e outros sinais de intoxicação. Na época, porém, foram diagnosticadas com sinusite e desidratação. Na mesma semana, uma calopsita de estimação da família morreu.
O síndico do prédio disse à polícia que um técnico da Comgás foi chamado ao local, logo após os corpos terem sido encontrados. Ele informou que o equipamento de exaustão estava instalado de forma irregular.
Segundo Haydin, a polícia testou o equipamento, e encontrou os níveis intoleráveis. Tanto o perito quanto o médico-legista citam intoxicação e asfixia como causa provável da morte da família. "Nós vamos investigar quem tirou (a chaminé). Mas pode ter sido a própria vítima", disse o delegado.
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