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Bolsonaristas lançam 'plano B' em SP após articulação de Joice Hasselmann

A líder do Governo na Câmara, Joice Hasselmann (PSL-SP), discursa durante a votação da Reforma da Previdência, no plenário da Casa, em Brasília (DF), nesta quarta-feira (10) - Mateus Bonomi/Agif/Estadão Conteúdo
A líder do Governo na Câmara, Joice Hasselmann (PSL-SP), discursa durante a votação da Reforma da Previdência, no plenário da Casa, em Brasília (DF), nesta quarta-feira (10) Imagem: Mateus Bonomi/Agif/Estadão Conteúdo

Pedro Venceslau

São Paulo

07/10/2019 08h31

Em conversas reservadas, lideranças bolsonaristas de São Paulo dizem que o principal objetivo do PSL na disputa pela capital paulista é ter um candidato absolutamente leal e engajado com o projeto de poder do presidente Jair Bolsonaro.

Nesse cenário, a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), líder do governo na Câmara, que se coloca como pré-candidata, passou a ser vista com desconfiança, devido a sua proximidade e amizade com o governador João Doria (PSDB).

Esse foi o componente que levou ao surgimento da pré-candidatura do deputado estadual Gil Diniz, conhecido como "Carteiro Reaça", e considerado "os olhos e os ouvidos" da família Bolsonaro no Estado

"Joice se colocou como candidata, sem dar espaço para ninguém", disse Diniz em entrevista recente ao jornal "O Estado de S. Paulo". Nenhum membro do clã Bolsonaro saiu em defesa da líder do governo.

O pano de fundo dessa movimentação é uma disputa silenciosa travada entre o governador João Doria e o presidente da República com vistas à eleição presidencial de 2022. Para ambos, é imprescindível que um aliado vença na capital e impeça o avanço do adversário.

No caso de Doria, um novo mandato para o prefeito Bruno Covas (PSDB) amarraria o prefeito a seu projeto presidencial, bloquearia uma possível tentativa de Geraldo Alckmin (PSDB) de disputar o governo estadual e abriria caminho para o apoio da legenda tucana à candidatura do vice, Rodrigo Garcia (DEM), ao Palácio dos Bandeirantes.

Mas seria arriscado para Doria depender apenas da tentativa de reeleição Covas. Por isso dois nomes de outras siglas já orbitam na área de influência do governador no cenário da eleição municipal: Cláudio Lottemberg, ex-presidente do hospital Einstein, e Felipe Sabará, presidente do Fundo Social de Solidariedade do Estado. Ambos são do Novo e estão no processo seletivo do partido para disputar a Prefeitura.

Os candidatos do campo "dorista" enfrentarão um candidato que luta pelo mesmo eleitorado tucano histórico: o ex-vereador e ex-ministro Andrea Matarazzo, que deixou o PSDB e migrou para o PSD.

Há ainda no campo da direita dois nomes com forte potencial eleitoral: o apresentador José Luiz Datena e Celso Russomanno (PRB). O primeiro teria que deixar a TV, e por isso desistiu de disputar o Senado em 2018. O segundo costuma largar bem nas disputas, mas despencar na reta final.

Esquerda

No campo oposto, o PT discute internamente se lança um candidato próprio ou apoia um nome que consiga reunir a centro-esquerda em uma frente anti-Bolsonaro e anti-Doria na capital. Um cenário seria apoiar Márcio França (PSB), que venceu Doria na capital na disputa pelo governo e conta com um grande recall eleitoral.

Mas, segundo aliados de França, o apoio do PT precisa ser avaliado com muita cautela, pois o antipetismo ainda é forte na capital, onde Bolsonaro venceu Fernando Haddad no 2° turno da eleição presidencial.

Diante do impasse, se acumulam pré-candidatos à Prefeitura no PT: Jilmar Tatto, Carlos Zarattini, Nabil Bonduki, Paulo Teixeira e Eduardo Suplicy.

Correndo por fora, o PCdoB já lançou Orlando Silva, em um movimento inédito na história do partido. E PSOL avalia lançar Guilherme Boulos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.