Justiça abre ação contra oficiais da PM do Maranhão por 'espionagem eleitoral'
A acusação formal da Promotoria Militar foi recebida pelo juiz Nelson Melo de Moraes Rêgo, titular da Auditoria Militar do Estado.
O governador não foi investigado e nem é citado pelo Ministério Público Militar.
As informações sobre a denúncia da Promotoria foram divulgadas no site da Revista Cruzoé e confirmadas pela reportagem do Estadão.
Uma sindicância interna da PM já havia responsabilizado o coronel.
O promotor Clodomir Lima Neto, da Justiça Militar de São Luís, sustenta na acusação que o coronel Heron foi 'informalmente convidado' pelo coronel Jorge Loungo, então comandante da corporação, para executar o planejamento 'Operação Eleições'.
O Ministério Público atribui aos militares (coronel Heron e major Antônio Carlos) violação aos artigos 169 e 311 do Código Penal Militar.
O artigo 169 prevê que é crime 'deteminar o comandante, sem ordem superior e fora dos casos em que essa se dispensa, movimento de tropa ou ação militar'.
O 311 enquadra quem promove falsificação de documento público ou particular.
Segundo a acusação da Promotoria, 'entre março e abril de 2018, o denunciado (Heron), sem qualquer ordem formal superior, determinou a Operação Eleitoral'. A ação compreendeu uma planilha denominada 'levantamento eleitoral', em que comandantes de área receberam a missão de mapear as lideranças que faziam oposição aos governos locais - prefeitos, deputados e vereadores - e ao governo do Estado.
O alvo da arapongagem seriam os políticos que poderiam 'provocar embaraços no pleito eleitoral'.
O promotor acusa o major Antônio Carlos de ser o responsável pela elaboração de ofício circular e nele inserir a assinatura digital de um outro coronel, Antônio Markus da Silva Lima, um dos comandantes de policiamento.
A reportagem tenta contato com os militares denunciados. O espaço está aberto.
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