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Seguranças acompanham limpeza na Ceagesp para evitar saque de alimentos

11.fev.2020 - Permissionários da Ceagesp, na zona oeste da capital, descartam alimentos após as fortes chuvas que atingiram a cidade na segunda-feira - Felipe Rau/Estadão Conteúdo
11.fev.2020 - Permissionários da Ceagesp, na zona oeste da capital, descartam alimentos após as fortes chuvas que atingiram a cidade na segunda-feira Imagem: Felipe Rau/Estadão Conteúdo

Paula Felix

13/02/2020 18h21

Para evitar que as pessoas recolhessem os alimentos descartados, a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) empregou um efetivo de 24 fiscais e 90 seguranças para acompanhar o trabalho das equipes de limpeza. O temporal recorde que atingiu a capital e região metropolitana de São Paulo na segunda-feira, 10, causou alagamento na Ceagesp, na zona oeste, o que fez permissionários descartarem 7 mil toneladas de produtos. O prejuízo foi estimado em R$ 24 milhões.

"Os funcionários e a diretoria trabalharam de corpo e alma para colocar de volta em tempo recorde e com segurança alimentar. A companhia acionou as empresas que prestam serviço de lixo, limpeza e segurança, que foram muito parceiras para que a situação se restabelecesse. Infelizmente, tivemos uma perda muito grande. Todos os alimentos que foram contaminados foram descartados", diz Christopher Aguiar, gerente do departamento jurídico da Ceagesp.

A Ceagesp voltou ao horário normal de funcionamento na madrugada desta quinta-feira, 13, com 80% dos produtos disponíveis e instalações higienizadas. O setor de frutas foi o mais atingido pela enchente e mais de 400 pessoas atuaram na higienização do entreposto.

A Companhia informou que 40 caminhões e cinco tratores foram utilizados na força-tarefa para limpeza do local e 150 caminhões-guincho fizeram a retirada dos caminhões quebrados que estavam na unidade. Ainda não há informações sobre a possibilidade de variação de preço dos produtos, mas a Ceagesp informou que está fazendo a coleta de dados para poder se posicionar sobre o assunto.

Na terça-feira, 11, o jornal O Estado de S. Paulo esteve no local e presenciou o trabalho de higienização dos boxes e descarte de alimentos. As manchas de lama do chão e das paredes eram removidas por dezenas de funcionários, que também retiravam equipamentos atingidos, como empilhadeiras. Do lado de fora, milhares de caixas de frutas eram jogadas fora.

Segundo Christopher Aguiar, nesta quarta-feira, 12, a partir das 14 horas, os portões foram abertos para a entrega dos caminhões que fizeram o abastecimento do entreposto com os novos produtos.

"Nessas 48 horas, tivemos de tirar tudo que estava inseguro. Os caminhões já abasteceram (o entreposto) e mais de 80% dos produtos já se regularizaram. Tudo vai estar normalizado em mais um ou dois dias."

A Ceagesp distribui alimentos para 1.500 municípios, incluindo a capital, e recebe produtos de 18 países. Porta-voz do Sindicato do Comércio Atacadista de Hortifrutigranjeiros e de Pescados (Sincomat), Paulo Murat, diz que a reabertura ocorreu com tranquilidade e expressiva participação dos consumidores.

"Foi tudo bem. Estava tudo limpo e teve muito movimento, principalmente dos caminhões com os produtos. Foram muitos compradores, muita gente de supermercados e varejões. A feira de peixes e de flores, que ocorre de madrugada, funcionou normalmente."

Ele afirma que um pequeno grupo de comerciantes queria ter voltado a trabalhar antes, mas a administração do entreposto não permitiu.

"Foi uma decisão acertada. Enquanto não estivesse limpo, não seria possível comercializar nada. Só poderia reabrir sem nenhum perigo de contaminação", explicou Murat, que também é porta-voz do Sindicato do Comércio Atacadista de Flores e Plantas do Estado de São Paulo (Sincomflores).