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PT vai ao STF contra o teto de gastos na saúde por recursos para combater o coronavírus

Hoje, o cargo de ministro do STF é vitalício, com a aposentadoria obrigatória aos 75 anos de idade - STF
Hoje, o cargo de ministro do STF é vitalício, com a aposentadoria obrigatória aos 75 anos de idade Imagem: STF

Luiz Vassallo

São Paulo

14/03/2020 13h51

O Partido dos Trabalhadores moveu ação no Supremo Tribunal Federal contra trecho da Emenda Constitucional que estabeleceu teto de gastos, aprovada em 2016, no governo Michel Temer (MDB), para liberar verbas à Saúde, com o fim de combater o coronavírus. Segundo o partido, o artigo que trata da limitação na área da Saúde deve ser suspendo liminarmente, e declarado inconstitucional pela Corte. O pedido está sob relatoria relatoria da ministra Rosa Weber.

O Brasil tem 98 casos confirmados que estão distribuídos por 12 Estados e o Distrito Federal, a maioria em São Paulo. Segundo o Ministério da Saúde, o País tem 1.485 casos suspeitos e 1.344 análises foram descartadas.

O PT afirma, por meio de seus advogados, que "o enfrentamento da covid-19 demanda o investimento de recursos por parte do Estado brasileiro, o que também não poderá servir de limitador para os demais gastos ordinários".

"A proteção que se busca, ao fim, é do próprio fundamento da República Federativa do Brasil da dignidade da pessoa humana e conjunto com o direito social à saúde".

"Também não há que restar dúvidas sobre a urgência da questão. Um vírus de fácil transmissão entre pessoas possui a capacidade de gerar graves danos à saúde pública, sendo capaz de matar pessoas em número exponencial", diz a legenda.

Segundo o Partido dos Trabalhadores, a "sociedade brasileira não possui tempo para aguardar qualquer espécie de discussão sobre a questão trazida à baila neste pedido, carecendo de uma medida imediata que vise assegurar a possibilidade de o Estado fazer frente a um inimigo de difícil combate".

O partido explica que "por ordem do dispositivo constitucional impugnado nos autos desta Ação Direta de Inconstitucionalidade, os investimentos em saúde pública passariam a ter por base apenas 15% (quinze por cento) da receita corrente líquida do exercício de 2017, acrescidos de correção pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA".

"Ocorre que, tal desvinculação do piso de gastos provoca situação prejudicial a todo o sistema de saúde brasileiro, ocasionando uma redução bilionária de investimentos em comparação ao cenário anterior à vigência da Emenda Constitucional", relata.

Segundo a legenda, "a desvinculação do percentual mínimo de 15%, substituído pela análise anual do índice inflacionário - dispositivo impugnado no bojo desta Ação Direta de Inconstitucionalidade - tem contribuído para uma escatológica perda de receitas destinadas à saúde pública que, apenas no ano de 2019, ultrapassou o valor de R$ 9 bilhões, segundo a Secretaria do Tesouro Nacional".