Maia: se humor com governo continuar como está, será difícil votar tema polêmico
Maia voltou a alfinetar o ministro da Economia, Paulo Guedes, dizendo que ele, nesta terça-feira, cobrou o encaminhamento de uma PEC que ele nem sabia qual era. E falou que toda vez que cita o nome de um ministro com boa relação com o Parlamento, ele sai prejudicado no governo. "Ministros me pediram para não serem elogiados por mim em público", ironizou.
Apesar de dizer que não iria elogiar ministros, Maia abriu uma exceção ao trabalho que vem sendo realizado pelo titular da pasta da Saúde, Henrique Mandetta. Em sua defesa, Maia disse que é preciso dar a ele a tranquilidade necessária para que execute o seu trabalho - incluindo a avaliação da redução do isolamento social.
A despeito das críticas e cobrança de medidas por parte do governo federal, o presidente da Câmara disse que a atual crise pode ser a oportunidade para o governo reconstruir a relação com o Parlamento. "O governo pode sair dessa de encaminhar ataques ao Parlamento nas redes sociais e pode ser a oportunidade para retomar relações com parte da sociedade também."
Pressões do empresariado
Na avaliação do presidente da Câmara, há muita pressão do empresariado justamente porque falta essa previsibilidade por parte do governo federal. E não poupou também parte dos empresários que, no seu entender, começam a propor coisas que vão piorar ainda mais a situação do Brasil.
Segundo ele, o governo não tem apoio no Parlamento, mas as medidas de enfrentamento da atual crise têm o suporte de todos os partidos. Nessa linha, cobrou do Executivo o encaminhamento da suspensão de contratos de trabalho, entre hoje e amanhã. E garantiu que se o governo não encaminhar a proposta, o parlamento fará a sua própria. "Temos de resolver os temas mais importantes até sexta-feira. Com o macro resolvido essa semana, poderemos atacar questões mais pontuais." E disse que com o período de isolamento, pode ser necessário que o Parlamento siga trabalhando sem o recesso de julho.
Maia afirmou também que vai chegar o momento em que todos devem dar sua contribuição, mas não agora, na fase aguda da crise, incluindo o setor privado. "Mas é hora de focar no Estado, aqueles que têm renda já estão fazendo separação em suas famílias, na base da sociedade, em comunidades. Isolamento não é tão simples, precisamos dar condições para todos seguirem orientações da OMS."
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