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Apesar da CNBB, Renovação Carismática Católica diz que adeptos apoiam Bolsonaro

08.04.2020 - Grupo da renovação carismática católica em conversa com o presidente Jair Bolsonaro na portaria do Palácio da Alvorada, em Brasília - Reprodução/YouTube
08.04.2020 - Grupo da renovação carismática católica em conversa com o presidente Jair Bolsonaro na portaria do Palácio da Alvorada, em Brasília Imagem: Reprodução/YouTube

Felipe Frazão

Brasília

08/04/2020 21h42

Com uma imagem de Nossa Senhora de Fátima e uma bandeira do Brasil, um grupo da renovação carismática católica rezou pelo presidente Jair Bolsonaro nesta quarta-feira, dia 8, e contra o comunismo, na portaria do Palácio da Alvorada, residência oficial. O presidente alertou os religiosos sobre o "mal" do comunismo que sempre assombra o país.

"Um pouco de história não faz mal a ninguém. Já passamos momentos difíceis em 1922, 1935, em 1964 e também em 2016. Esse mal que sempre nos assombra, a gente tem que ficar ligado, porque depois que ele entra, toma conta do corpo, é quase impossível, para não dizer impossível, muito difícil sair", afirmou Bolsonaro.

Ele enumerou países com governos autoritários de esquerda, como a Revolução em Cuba, em 1959, o regime chavista na Venezuela, a ditadura da Coreia do Norte, a Polônia entre outros do Leste Europeu, nos anos de União Soviética. "Alguns negligenciam isso aí, depois que acontece fica difícil", disse o presidente.

Bolsonaro também disse que o golpe militar de 1964 no Brasil, num contexto de luta contra o comunismo, teve apoio "de toda Igreja Católica", de empresários, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), e da imprensa, exceto o jornal extinto Última Hora.

O grupo de católicos mandou saudações em nome da Canção Nova, disse que Bolsonaro tem o apoio da "milícia celeste" e fez críticas à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), entidade presidida por uma ala do clero considerada mais progressista.

A Renovação Carismática é um movimento católico que adota práticas semelhantes às de igrejas evangélicas, como pregações, louvores e tem forte influência de música gospel, além de representantes no Congresso Nacional. "Apesar de a CNBB criar aquela situação, nós católicos estamos com o senhor", disse uma apoiadora.

Bolsonaro e a CNBB já protagonizaram uma série de embates. A conferência assinou no mês passado uma carta em que o presidente é acusado de desinformar e ameaçar a saúde da população. "A campanha de desinformação desenvolvida pelo presidente da República, conclamando a população a ir para a rua, é uma grave ameaça à saúde de todos os brasileiros", dizia o texto.

Os carismáticos rezaram uma "Ave Maria" e pediram bênçãos para tirar "uma carga" dos ombros do presidente, para o país "voltar a trabalhar, produzir e salvar vidas" e "livrar o Brasil do comunismo". Bolsonaro ouviu cânticos católicos, como a Consagração a Nossa Senhora. O presidente recebeu de presente um terço dos nascituros, contra o aborto.

Apoiadores do presidente disseram que ele foi "escolhido por Deus para colaborar com o plano de salvação de Jesus Cristo e que o aparelhamento do Estado pelo comunismo e por forças secretas serão vencidos pelo poder de Deus". Eles elogiaram a aproximação do Brasil com Israel.