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Lava Jato diz ser "inconcebível que presidente tenha informações sigilosas"

Força-tarefa da Lava Jato em 2015: Deltan Dallagnol ao centro, e Paludo é o 2º à esquerda - Junior Pinheiro-31.mar.2015/Folhapress
Força-tarefa da Lava Jato em 2015: Deltan Dallagnol ao centro, e Paludo é o 2º à esquerda Imagem: Junior Pinheiro-31.mar.2015/Folhapress

25/04/2020 07h20

Os procuradores da República da força-tarefa da Operação Lava Jato de Curitiba afirmaram que "é inconcebível que o Presidente da República tenha acesso a informações sigilosas ou que interfira em investigações". Eles reagiram à demissão de Sérgio Moro do Ministério da Justiça por meio de nota.

O grupo de procuradores afirmou ainda que "a tentativa de nomeação de autoridades para interferir em determinadas investigações é ato da mais elevada gravidade e abre espaço para a obstrução do trabalho contra a corrupção e outros crimes praticados por poderosos, colocando em risco todo o sistema anticorrupção brasileiro."

O pedido de demissão

Ontem, Moro pediu demissão do cargo de ministro alegando discordar da suposta interferência política do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na PF (Polícia Federal) ao exonerar o diretor-geral da instituição, Maurício Valeixo.

Em pronunciamento, ele acusou o presidente de querer ter acesso a investigações sigilosas e disse que Bolsonaro lhe confidenciou estar preocupado com inquéritos no STF (Supremo Tribunal Federal).

Segundo o jornal Folha de S.Paulo, o novo indicado para chefiar a PF, o diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Alexandre Ramagem, é homem de confiança de seus filhos.

O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) esteve diretamente à frente da decisão que o levou ao comando da agência de inteligência em junho passado.

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