Rio não vai aderir ao decreto presidencial sobre abertura de academias
No Rio de Janeiro, o governador Wilson Witzel, um dos principais alvos de críticas de Jair Bolsonaro, não vai aderir ao decreto presidencial publicado no Diário Oficial da União na noite de ontem, que inclui academias, salões de beleza e barbearias na lista de serviços essenciais. Isso porque, explica o governo, o Supremo Tribunal Federal (STF) já decidiu que Estados e municípios têm autonomia para adotar regras de isolamento social para combater a pandemia do coronavírus.
Atualmente, lembra o Palácio Guanabara, o decreto reeditado por Witzel tem validade até o dia 31 deste mês. No Rio, o que se considera no momento é justamente o oposto do que Bolsonaro sinaliza: o Estado vem, via medidas progressivas dos municípios, adotando uma espécie de "lockdown" paulatino, com fechamentos mais radicais em áreas consideradas críticas, como a zona oeste da capital fluminense.
Até o prefeito Marcelo Crivella, tido como aliado de Bolsonaro, segue em direção oposta à do presidente. Classificadas por ele como um "semi-lockdown", medidas publicadas na segunda-feira em decreto extraordinário incluem a proibição do tráfego de pessoas e veículos em regiões centrais de alguns bairros das zonas norte e oeste da capital, de estacionamento na orla da zona sul, de comércio nas favelas e até mesmo de se fazer apostas em casas lotéricas.
Na noite da última quinta-feira, dia 7, Witzel enviou um ofício ao Ministério Público em que afirma ter determinado a elaboração de um plano para o Estado caminhar rumo a um isolamento mais radical. O governador cita medidas como o fechamento de estradas intermunicipais e uma maior restrição à circulação de pessoas e veículos, por exemplo. Além disso, Witzel tem dito que a Polícia Militar está à disposição dos municípios que decretarem seus próprios isolamentos.
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