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Oito em cada dez paulistanos são contrários à volta das aulas presenciais

Alunos voltam às aulas na Escola Estadual Thomaz Rodrigues Alckmin, no bairro do Itaim Paulista (SP) - Werther Santana/Estadão Conteúdo
Alunos voltam às aulas na Escola Estadual Thomaz Rodrigues Alckmin, no bairro do Itaim Paulista (SP) Imagem: Werther Santana/Estadão Conteúdo

Daniel Bramatti

16/10/2020 20h30

Oito em cada dez paulistanos são contrários ao retorno das aulas presenciais ainda em 2020, segundo revela a pesquisa Ibope/TV Globo/Estadão sobre as eleições para a Prefeitura e outros temas do momento. O Ibope fez a seguinte pergunta aos 1.001 entrevistados: "A secretaria de Educação tem discutido sobre uma possível volta às aulas ainda neste ano. O(a) sr.(a) é a favor ou contra?" Apenas 17% responderam ser a favor, e 81%, contrários. Entre as mulheres, 84% se manifestaram contra, e 15% a favor.

Por causa da pandemia de covid-19, as aulas na capital paulista estão suspensas desde março. No início deste mês, o prefeito Bruno Covas (PSDB) autorizou a abertura de escolas públicas e particulares apenas para atividades extracurriculares. O retorno de aulas regulares na capital está previsto para 3 novembro, mas ainda não há confirmação da data. Covas aguarda resultados de uma bateria de testes com professores e estudantes para verificar quantos já têm anticorpos contra o novo coronavírus.

O Ibope também perguntou quais seriam os principais fatores de insegurança, em caso de volta às aulas. Os entrevistados puderam dar mais de uma resposta. O item "falta de estrutura das escolas para lidar com a pandemia" foi citado por 60%, e ficou em primeiro lugar no ranking. A seguir vieram "aglomeração dos estudantes em um só lugar" e "as crianças não têm noção de como se cuidar". Também houve menções a riscos no transporte e a temores de prejuízos no aprendizado dos alunos.

Educadores apontam que o longo período em que as crianças e os adolescentes estão afastados da escola podem aumentar o déficit de aprendizagem e os índices de evasão. Ainda há dúvidas, porém, sobre o risco envolvido na reabertura dos colégios no avanço da transmissão da doença.

Na parte eleitoral da pesquisa, o Ibope constatou que Celso Russomanno (Republicanos) e Bruno Covas (PSDB) estão tecnicamente empatados na disputa pela Prefeitura de São Paulo, com 25% e 22% das intenções de voto, respectivamente. A seguir estão Guilherme Boulos (PSOL), com 10%, e Márcio França (PSB), com 7%.

Na comparação com a pesquisa anterior, publicada há duas semanas, os dois líderes apenas oscilaram dentro da margem de erro, que é de até três pontos porcentuais para mais ou para menos, mas a distância entre o deputado e apresentador de TV e o atual prefeito da capital passou de cinco para três pontos porcentuais.

Entre os demais candidatos, Jilmar Tatto (PT) passou de 1% para 4%. Artur do Val, conhecido como Mamãe Falei (Patriota), oscilou de 1% para 2%. Os outros concorrentes ficaram com 1% ou menos.

A pesquisa foi realizada entre os dias 13 e 15 de outubro de 2020, com 1.001 eleitores As entrevistas foram realizadas de forma presencial - por causa da pandemia de covid-19, a equipe do Ibope usou equipamentos para proteção da própria saúde e da dos entrevistados. O nível de confiança utilizado é de 95%. Isso quer dizer que há uma probabilidade de 95% de os resultados retratarem o atual momento eleitoral, considerada a margem de erro. O levantamento foi registrado no Tribunal Regional Eleitoral sob o protocolo SP-01432/2020.