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Sem covas disponíveis, Porto Velho decide comprar túmulos em cemitérios privados

Sem covas disponíveis, Porto Velho decide comprar túmulos em cemitérios privados - Miguel Noronha/Agência F8/Estadão Conteúdo
Sem covas disponíveis, Porto Velho decide comprar túmulos em cemitérios privados Imagem: Miguel Noronha/Agência F8/Estadão Conteúdo

João Renato Jácome

Rio Branco

04/03/2021 18h14

O aumento no número de mortes pela covid-19 obrigou a prefeitura de Porto Velho a abrir licitação emergencial para comprar gavetas em cemitérios particulares da cidade. Não há mais espaço para abertura de novas covas nos cemitérios públicos da capital rondoniense.

De janeiro a fevereiro deste ano, houve aumento de 78% no número de sepultamentos de vítimas da covid-19. A informação foi divulgada pelo gerente da Divisão de Cemitérios, Gilbson Moraes. "Aproximadamente mil covas foram abertas de março do ano passado para cá."

A prefeitura de Porto Velho acredita que até a próxima semana a licitação já deverá estar finalizada, possibilitando a contratação das novas sepulturas. Enquanto isso, o sistema de saúde do Estado segue em situação crítica, operando com 100% da capacidade. Não há mais leitos de UTI disponíveis.

A Secretaria de Saúde de Rondônia informou que há, nesta quinta-feira, 4, 86 pessoas aguardando a liberação de leitos de terapia intensiva. Isso porque todos os 322 leitos disponíveis na rede pública e privada estão ocupados. Diante disso, haverá toque de recolher em todo o Estado, diariamente, das 21h às 6h. Nos finais de semana, haverá lockdown.

"Começamos anteontem (terça, 2) com 60 pessoas aguardando leitos de UTI, amanhecemos ontem (quarta, 3) com pouco mais de 90 pessoas aguardando leitos e quando eram 17h, já tínhamos 102 pessoas esperando. Quando olhamos as redes sociais, parece um obituário", desabafou o governador Marcos Rocha (PSL).

A situação do sistema de saúde também é crítica em outros Estados brasileiros. No Rio Grande do Sul, a ocupação de leitos chegou a 100% da capacidade, e há 288 pessoas aguardando por leito de terapia intensiva. Em Goiás, há fila de 300 pessoas esperando vaga. Em Santa Catarina,outros 251 pacientes internados aguardam UTI.