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Mourão minimiza investigações da CPI da Covid: 'Primordialmente política'

Qualquer coisa na CPI é "vou mandar prender", zombou Mourão, que vê trabalhos como essencialmente políticos - Wallace Martins/Futura Press/Estadão Conteúdo
Qualquer coisa na CPI é 'vou mandar prender', zombou Mourão, que vê trabalhos como essencialmente políticos Imagem: Wallace Martins/Futura Press/Estadão Conteúdo

Gustavo Côrtes

Em Brasília

02/07/2021 11h12Atualizada em 02/07/2021 11h55

O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) voltou a minimizar a gravidade das apurações realizadas pela CPI da Covid, que investiga omissão do governo federal na condução de medidas de combate à pandemia do novo coronavírus.

Os trabalhos da comissão são "primordialmente políticos", na visão do vice-presidente.

"A Comissão Parlamentar de Inquérito é primordialmente política, até porque os senadores que estão ali não são investigadores, pessoas acostumadas a conduzir inquéritos", avaliou o vice-presidente hoje.

Para ele, o caráter político das investigações coloca em xeque a validade das conclusões finais a que chegarão os senadores.

"A partir do momento que tem muita coisa política, as decisões que chegam ao final da CPI podem ser mais incisivas ou não", disse.

Ele também ironizou a sessão de ontem, quando houve pedidos de prisão do policial militar Luiz Paulo Dominguetti, apontado por reportagem da Folha de S.Paulo como autor de denúncia de que o governo teria pedido propina de US$ 1 (R$ 5,46) por dose de vacina para fechar contrato com empresa.

"Tem uma turma ali que nunca prendeu ninguém e está doida para prender. É só isso. Qualquer coisa (na CPI) é 'vou mandar prender'", zombou o vice.

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.