Com críticas ao TCU, Moro afirma que divulgará valores recebidos de consultoria
O ex-juiz e presidenciável do Podemos, Sérgio Moro, criticou o Tribunal de Contas da União (TCU) e disse que vai divulgar nesta sexta-feira, 28, seus rendimentos do período em que trabalhou na consultoria americana Alvarez & Marsal. "Não estou cedendo ao TCU. O TCU está abusando, mas eu quero ser transparente com você, com a população brasileira, como toda pessoa pública deve ser", afirma Moro em vídeo publicado ontem em rede social.
O TCU abriu procedimento para apurar eventual conflito de interesses na atuação de Moro na consultoria, administradora judicial que cuidou da recuperação da Odebrecht, alvo da Lava Jato. A Corte quer saber os termos do contrato e os valores previstos no seu encerramento, incluindo o salário de Moro. No vídeo, o ex-juiz afirma que o processo no TCU é "cheio de ilegalidades".
Moro também falou sobre a articulação para tentar criar uma CPI sobre a conduta dele na iniciativa privada. "O PT e o Centrão queriam me investigar. Já desistiram, porque sabem que não iriam encontrar nada de errado", declarou Moro. "(O PT) percebeu que, além de não haver justificativa legal, seria um tiro no pé, pois a CPI seria uma oportunidade de relembrar aqueles que realmente receberam suborno das empresas investigadas na Lava Jato."
Em dezembro, o ministro Bruno Dantas, do TCU, atendeu a um pedido do Ministério Público junto ao tribunal e determinou que a Alvarez & Marsal entregasse documentos ligados à saída do ex-juiz da empresa. Em entrevista ao Estadão, Moro disse que apresentaria os valores requisitados apenas à Justiça Eleitoral.
'Medidas'
Nesta semana, a Alvarez & Marsal divulgou nota na qual afirma que o contrato assinado com o presidenciável impedia a prestação de serviços a empresas envolvidas na Operação Lava Jato. Após o comunicado da consultoria, o subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado pediu ao TCU a adoção de "medidas" no Banco Central e no Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para a obtenção dos documentos, diante do "claro interesse público brasileiro" no caso.
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