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Disputado por Lula e Aécio, Paulinho da Força acumula diferenças com o PT

25.mar.2022 - O presidente nacional do Solidariedade (SD), deputado federal Paulinho da Força, presente na cerimônia em que a deputada federal Marilia Arraes se filiou ao SD - Rafael Vieira/Estadão Conteúdo
25.mar.2022 - O presidente nacional do Solidariedade (SD), deputado federal Paulinho da Força, presente na cerimônia em que a deputada federal Marilia Arraes se filiou ao SD Imagem: Rafael Vieira/Estadão Conteúdo

Davi Medeiros

Brasília

19/04/2022 16h38Atualizada em 19/04/2022 16h38

O deputado federal Paulinho da Força, presidente nacional do Solidariedade, circulou por dois lados distintos do xadrez político nos últimos dias. Na segunda-feira, 18, dias após receber vaias em evento do PT, posou ao lado de Eduardo Leite e Aécio Neves, que participam das articulações em prol da chamada "terceira via". Nesta terça-feira, 19, se encontrou - e também sorriu para foto - com Luiz Inácio Lula da Silva e Gleisi Hoffmann, que tentam segurá-lo no projeto petista.

O fato de o deputado ser disputado por apoio condiz com sua trajetória política. Apesar de ser líder da Força Sindical, o parlamentar não se posiciona automaticamente como fiel a Lula e ao PT. Em 2014, sua legenda apoiou a candidatura de Aécio Neves à Presidência; em 2016, ele deu voto favorável ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

Naquela época, participou de manifestações pró-impeachment e apareceu em imagens ao lado da faixa "tchau, querida", expressão que se tornou símbolo da defesa pelo impedimento.

Além disso, Paulinho tem um histórico de rivalidade com a Central Única dos Trabalhadores (CUT), considerada um importante reduto eleitoral para Lula. Sindicalistas desse grupo acusam o deputado de se aliar a políticos de direita, movimento que parte deles considera inadequado.

Em 2011, em entrevista ao portal Terra Magazine, o então presidente da CUT, Arthur Henrique, criticou Paulinho por supostamente se associar a empresários "para acabar" com a central única. Disse, também, que o parlamentar "mudou de lado e de postura", e o criticou por apoiar o PSDB e o DEM em uma votação do salário mínimo.

Agora, o deputado demonstra estar mais próximo da pré-candidatura de Lula que de outro presidenciável. Antes da definição de Geraldo Alckmin em se filiar ao PSB, Paulinho chegou a oferecer sua legenda para abrigar o ex-governador paulista e viabilizá-lo como vice do líder petista.

Contudo, após ser vaiado por militantes petistas em ato com centrais sindicais na semana passada, o parlamentar deu sinais de ressentimento ao cancelar o ato em que o Solidariedade anunciaria apoio ao PT. O encontro com Leite, apenas alguns dias depois, tornou-se emblemático por se inserir nesse contexto.

Na saída da reunião desta terça com Lula e Gleisi, Paulinho disse que "selou compromisso" com os petistas. "Vamos fazer um evento da direção da Executiva nacional do Solidariedade no dia 3, conforme tinha combinado com a Gleisi, para selar a aliança do Solidariedade com o Lula e vamos no lançamento da candidatura do Lula no dia 7 de maio", afirmou.