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Bolsonaro e Lula devem se encontrar em ato do Congresso sobre Independência

Lula e Bolsonaro, pré-candidatos ao Palácio do Planalto -  Marlene Bergamo - 26.abr.2019/Folhapress e Adriano Machado - 10.mai.2021 /Reuters
Lula e Bolsonaro, pré-candidatos ao Palácio do Planalto Imagem: Marlene Bergamo - 26.abr.2019/Folhapress e Adriano Machado - 10.mai.2021 /Reuters

Colunista do UOL

19/04/2022 14h22Atualizada em 19/04/2022 21h20

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A menos de um mês das eleições de 2 de outubro, Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva deverão se encontrar na sessão solene do Congresso Nacional para celebrar os 200 anos da Independência do Brasil. No próximo dia 8 de setembro, será realizada a sessão comemorativa do bicentenário da Independência, solenidade para a qual serão convidados o atual presidente e os ex-presidentes da República.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), presidente da Comissão Curadora do Bicentenário da Independência, diz que a sessão solene do Congresso será um dos "pontos altos" das celebrações. "Quem for a essa sessão mostrará o seu compromisso com a democracia brasileira e com uma conquista histórica do país. Quem faltar perderá a oportunidade de estar na foto dos 200 anos de independência do Brasil em relação a Portugal e de tudo o que isso representa do ponto de vista histórico", afirma Randolfe.

Na sessão, comandada por Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Congresso, haverá uma mesa para receber Bolsonaro e os ex-presidentes José Sarney, Fernando Collor de Mello, Fernando Henrique Cardoso, Lula, Dilma e Temer. Desses, apenas Collor é aliado de Bolsonaro. Temer tem boa relação com o atual presidente. Os demais são opositores.

A sessão do Congresso acontecerá um dia depois do 7 de Setembro, data que tem sido usada por Bolsonaro para fazer ameaças golpistas contra a democracia brasileira. Em plena campanha eleitoral, "há expectativa para ver se Bolsonaro e os demais presidentes estarão juntos na mesma foto, o que sinalizaria compromisso com o processo democrático e as eleições que coincidirão com os 200 anos da Independência", diz Randolfe.

Vozes do Brasil

O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Souza, será convidado e deverá comparecer às celebrações da Independência do Brasil. Nesta semana, Randolfe e Pacheco terão encontro com ele para entregar oficialmente o convite e o livro "Vozes do Brasil".

Essa obra, organizada pela historiadora Heloisa Starling, reúne 20 panfletos políticos publicados no exterior entre 1820 e 1824. Manuscritos ou impressos, esses panfletos fazem alusão à luta pela independência de Portugal e à turbulência política daqueles tempos.

Uma curiosidade: os panfletos estão na Universidade Católica de Washington, no Distrito de Colúmbia. Eles fazem parte da biblioteca pessoal do historiador, jornalista e diplomata Manuel de Oliveira Lima (1867-1928), que doou o seu acervo à universidade americana.

A Biblioteca Oliveira Lima tem o terceiro maior acervo sobre a história do Brasil, perdendo apenas para os arquivos da Biblioteca Nacional e da Universidade de São Paulo. Os panfletos do livro "Vozes do Brasil" foram microfilmados a partir de um convênio firmado entre o Senado e a universidade americana.

Randolfe, que preside a Comissão Curadora do Bicentenário da Independência, tem feito tratativas a fim de tentar repatriar o acervo de Oliveira Lima.