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Prefeito de SP diz que 1º de Maio com Lula e Daniela Mercury não poderia fazer 'promoção' partidária

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes - VICTOR BERTOLUCI/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes Imagem: VICTOR BERTOLUCI/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Adriana Ferraz e Beatriz Bulla

São Paulo

04/05/2022 21h48

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou que o evento organizado pelas centrais sindicais no dia 1º de Maio, na Praça Charles Miller, no Pacaembu, não poderia "fazer promoção político partidário", uma vez que o ato foi pago com recursos públicos.

A celebração do Dia do Trabalhador contou com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato do PT ao Planalto, e aliados, e shows como o da cantora Daniela Mercury.

"Por ser um evento pago com recursos públicos não podem fazer promoção político partidário", disse Nunes ao Estadão.

Segundo informações do Diário Oficial do município, os cachês e os custos de produção foram pagos com recursos públicos por meio de emendas parlamentares de vereadores do PT e do Solidariedade, partido que declarou apoio a Lula.

A Controladoria Geral do Município (CGM) de São Paulo abriu, de ofício, uma sindicância para investigar a contratação dos shows, com base em informações publicadas na imprensa. Além de Daniela, também participaram do evento outros artistas: Arnaldo Alves da Silva, Mateo Piraces, Rapper Dexter e DJ KL Jay, ao custo total de R$ 187 mil.

De acordo com a Secretaria Municipal de Cultura, a emenda que viabilizou os shows partiu do vereador Sidney Cruz (Solidariedade), no montante de R$ 360 mil, dos quais foram utilizados R$ 187 mil.

Em nota, o parlamentar afirmou que as edições anteriores do evento, "na maioria das vezes", foram realizadas "através de emendas parlamentares". Cruz encaminhou a emenda parlamentar no dia 28 de abril.

"Desta forma, caso por ventura tenha havido algum desvio de finalidade no uso deste valor que encaminhei para o evento (Festa do Trabalhador), peço a devida apuração e que sejam tomadas as medidas cabíveis", afirmou.

Esvaziado, o ato das centrais sindicais no último domingo se tornou uma agenda da pré-campanha do petista. Os participantes pediram voto em Lula, que, no discursou para o pequeno público, fez ataques ao presidente Jair Bolsonaro, seu principal adversário na corrida eleitoral segundo as pesquisas de intenção de voto.