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Ministério de Direitos Humanos emite breve nota por Dom e Bruno, enaltece PF e ignora a trajetória dos dois

Indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips desapareceram no Vale do Javari, no Amazonas - Reprodução/ TV Globo
Indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips desapareceram no Vale do Javari, no Amazonas Imagem: Reprodução/ TV Globo

Eduardo Gayer

Em Brasília

16/06/2022 15h39Atualizada em 16/06/2022 16h20

O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) emitiu nota de pesar pelo assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, informado ontem pela Polícia Federal. Breve, o texto ignora a trajetória dos dois profissionais em defesa da Amazônia e, ainda, o papel considerado decisivo dos povos indígenas para as investigações. Só há enaltecimento ao trabalho da Polícia Federal e das Forças Armadas.

Bruno e Dom foram mortos na região do Vale do Javari, no Amazonas, por Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como Pelado. Ele confessou o crime. O indigenista e o jornalista tinham reconhecimento internacional na atuação em defesa dos povos indígenas e por denúncias contra o garimpo ilegal na região.

"O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) manifesta pesar pelo assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, que estavam desaparecidos desde domingo (5), na região do Vale do Javari, no Amazonas. O MMFDH enaltece o trabalho realizado pela Polícia Federal e pelas Forças Armadas, que rapidamente elucidaram o caso", diz a pasta.

A nota veio uma hora depois de o presidente Jair Bolsonaro (PL) manifestar condolências aos familiares das vítimas, sem escrever o nome das vítimas. "Nossos sentimentos aos familiares e que Deus conforte o coração de todos!", escreveu o presidente. A postagem, no entanto, foi feita em resposta à nota de pesar emitida pela Funai sobre as mortes — não se tratou, portanto, de uma publicação à parte na rede social.