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Buscando aproximação, campanha de Lula cria perfis nas redes sociais direcionados a evangélicos

20.ago.2022 - Ex-presidente Lula (PT) em comício no Vale do Anhangabaú, em São Paulo - André Porto/UOL
20.ago.2022 - Ex-presidente Lula (PT) em comício no Vale do Anhangabaú, em São Paulo Imagem: André Porto/UOL

Eduardo Gayer

São Paulo

20/08/2022 18h51

Para frear as investidas do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) junto ao público evangélico, a campanha à Presidência da República de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu criar contas nas redes sociais direcionadas a esse segmento que corresponde a 30% do eleitorado. A novidade na comunicação do petista foi informada neste sábado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Os perfis criados e apresentados ao TSE foram batizados de "Evangélicos com Lula". Em nota, a assessoria de imprensa da campanha diz que a iniciativa partiu dos próprios religiosos.

"Alguns setores evangélicos — tanto dos partidos da coligação quanto de fora dele — nos contataram com interesse em atuar junto a comunidades evangélicas na campanha, e para isso ser possível registramos esses sites e perfis no TSE", afirma a equipe.

A disputa pelo comando do País tem sido marcada pelos ataques mútuos de Bolsonaro e Lula com teor religioso. Em culto em Belo Horizonte, a primeira-dama Michelle afirmou que o Palácio do Planalto era consagrado a demônios em governos anteriores. Já Lula afirmou na última terça-feira que Bolsonaro estava possuído pelo demônio.

Hoje, em comício em São Paulo, o petista defendeu o Estado laico e criticou o uso de igrejas como palanque político e a circulação de "fake news religiosa". No entanto, com a criação dos perfis nas redes sociais, o ex-presidente mostra que não vai ficar de fora dessa disputa pelo público das igrejas.

O pano de fundo é a disputa pelo eleitorado evangélico, que hoje está majoritariamente com Bolsonaro. Na mais recente pesquisa Datafolha, o candidato à reeleição cresceu seis pontos porcentuais e chegou a 49% das intenções de voto entre evangélicos, ante 32% de Lula. O PT está preocupado com o crescimento de Bolsonaro no segmento e discute formas de reagir a isso.