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Silas Malafaia sobre vídeo de Bolsonaro na maçonaria: 'Não muda nada'

(Reprodução/Redes Sociais)
Imagem: (Reprodução/Redes Sociais)

São Paulo

05/10/2022 15h24

Aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), o pastor Silas Malafaia afirmou nesta quarta-feira, 5, que não vê problema no vídeo em que o chefe do Executivo aparece discursando em uma loja maçônica. O religioso disse ter procurado o presidente para perguntá-lo se ele é maçom após o vídeo viralizar e relatou que a resposta foi negativa.

Mesmo se o presidente pertencesse à fraternidade, disse Malafaia, isso não afetaria o apoio dos evangélicos a ele. "O evangélico não deixa de votar porque um cara que não é evangélico é maçom. Agora, se a gente descobrir que um candidato que se diz evangélico é maçom, ele está ferrado", afirmou ao Estadão.

O pastor comparou a situação ao vício em cigarro, que também é desaprovado entre os evangélicos. "O mundo evangélico é assim: o cara pode ser fumante inveterado e candidato a presidente, nós apoiamos. Se um candidato fuma, o problema é dele, se não for evangélico. Mas se a gente descobrir alguém que se diz evangélico e é um fumante inveterado, ele está ferrado. Nós temos a ideia de que nós não podemos participar de maçonaria, mas isso não vale para outros", disse. "Esse assunto não é espinhoso para mim, é 'molinho'. Pegar um vídeo de 2017 em que ele foi a uma loja maçônica em Brasília não muda nada. Ele é candidato de todos". Apesar de ter os evangélicos como uma de suas principais bases eleitorais, o presidente Bolsonaro se declara católico.

Malafaia negou que o ocorrido possa reverter votos dos fiéis para o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o pastor, o arsenal contra o petista é de "mil contra um", citando temas como a defesa pela ampliação do direito ao aborto.

Ele também lembrou do vídeo que circulou nas redes sociais em que Lula aparece recebendo pipoca na cabeça durante um encontro com líderes de religiões de matrizes africanas. "Para nós é muito mais terrível, um milhão de vezes, um candidato não evangélico ir a um ritual de candomblé ou de umbanda. Isso tem uma importância que talvez você não tenha dimensão", afirmou.

À época da reunião de Lula com adeptos de religiões afro-brasileiras, a primeira-dama Michelle Bolsonaro e outros aliados do presidente chegaram a associar o candidato do PT às "trevas". "Isso pode, né? Eu falar de Deus, não", escreveu a mulher do presidente Bolsonaro. Já a vereadora bolsonarista Sonaira Fernandes (Republicanos-SP) disse que "Lula já entregou sua alma para vencer essa eleição".

Por outro lado, um vídeo do chefe do Executivo em uma loja da Maçonaria serve de munição para que apoiadores do petista tentem enfraquecer o presidente diante dos eleitores evangélicos. Eleitores de Lula chegaram a se "disfarçar" de defensores de Bolsonaro no Twitter para dizer que não irão mais votar no presidente.

"Estou tão triste com Bolsonaro, brincando com a nossa fé cristã. Que decepção", publicou um usuário que agora usa elementos da iconografia bolsonarista em seu perfil, como o número 22, uma arma disparando e uma bandeira do Brasil, mas publicou que "a volta de Lula era o mundo voltando ao eixo" uma semana antes da eleição.