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Bombig: Sem direção, PSDB está em frangalhos e precisará ser reconstruído

Colaboração para o UOL, em São Paulo

05/10/2022 14h37Atualizada em 05/10/2022 15h01

Em participação no UOL News, o colunista Alberto Bombig analisou o panorama atual do PSDB após o apoio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ao ex-presidente Lula (PT) e do governador paulista Rodrigo Garcia ao presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Na reta final do primeiro turno, [FHC] indicou um voto no Lula, mas não externou isso porque o partido estava oficialmente na coligação da Simone Tebet, que tinha como vice Mara Gabrilli. Agora, ele está totalmente a vontade para externar esse voto", disse o jornalista.

"Simbolicamente, é muito importante [o apoio de FHC a Lula]. Com o Rodrigo Garcia apoiando o Bolsonaro, prefeitos do PSDB do interior apoiando Bolsonaro e Tarcísio [Freitas ao governo], nada como o apoio do presidente de honra do partido para equilibrar essa balança", prosseguiu.

Na análise de Bombig, o PSDB, em São Paulo, está se colocando no campo oposto do PT pensando nas eleições municipais de 2024.

"Temos dois PSDB hoje: o raiz, que é do FHC, do Serra, do José Aníbal. E tem o PSDB que é esse do Rodrigo, um neo-tucano, que se filiou ao partido em 2020", disse.

Bombig destacou que Rodrigo vem do antigo PFL, que virou DEM e, depois da fusão com o PSL, é União Brasil.

"É inegável que tem uma coerência ideológica e política na posição dele em apoiar o Bolsonaro. Por outro lado, causou um mal-estar muito grande no partido. Mostrou que o PSDB é um partido hoje sem direção nacional, sem comando, onde cada um escolhe o caminho que quiser", afirmou o colunista.

A declaração do apoio do governador de São Paulo, no entanto, deve abrir uma crise muito grande no partido, segundo Bombig. "Isso foi ruim para o partido e é uma questão interna que o PSDB vai ter que resolver porque reforçou demais a ideia de que é um partido sem comando, onde cada um faz e apoia quem quer."

"Isso indica a dificuldade que o PSDB terá de se de se refundar, porque ele precisa ser reconstruído. O partido sai dessa eleição esfrangalhado", concluiu.

Bombig: Temer deve apoiar Bolsonaro na sexta e foi contra MDB com Lula

O ex-presidente Michel Temer (MDB) deve declarar apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) na próxima sexta-feira (7), segundo apuração do colunista do UOL Alberto Bombig.

De acordo com o jornalista, Temer se posicionou firmemente contra o apoio do partido ao ex-presidente Lula (PT), o que motivou a Executiva Nacional do MDB a adotar posição de neutralidade no segundo turno das eleições presidenciais e liberar os filiados para fazerem suas escolhas.

"Temer foi contra o apoio ao Lula dentro do MDB. Ele já manifestou essa posição para a direção nacional do partido", afirmou Bombig, durante o UOL News.

"Ele disse que não aceitaria o partido estar com Lula e foi uma posição determinante para que se liberasse o apoio [aos filiados no segundo turno]", completou.

"A menos que aconteça um desentendimento entre eles nas próximas 48 horas, há grande chance de Michel Temer declarar apoio a Bolsonaro na sexta-feira", disse Bombig.

O colunista ainda analisou que o PT conduziu mal a negociação para um apoio de Temer no segundo turno. "O próprio Lula chamou ele de golpista no debate da Globo. E a Dilma teve confronto direto com ele depois da entrevista ao UOL", relembrou.

Boulos sobre possível apoio de Temer a Bolsonaro: 'Golpistas se merecem'

Deputado federal mais votado em São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL) criticou, em entrevista ao UOL News, um possível apoio do ex-presidente Michel Temer ao presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Michel Temer foi um golpista que terminou a presidência com 2% de aprovação", disse Boulos. "Não sei o que ele agrega para a campanha do Lula. São dois golpistas que se merecem. Temer deu golpe, o Bolsonaro exalta golpe, está tudo ali", acrescentou.

Falando sobre a campanha para o segundo turno, Boulos disse que o foco está nos próximos 25 dias, e não em se lamentar pela eleição não ter terminado no domingo passado.

"Para chegar perto da votação do Lula, Bolsonaro precisa ter 60% dos votos da Tebet e do Ciro. Isso é muito improvável que aconteça. Então, quem tem que estar desesperado, com medo, falando em correção de rota é o lado de lá", afirmou.

"As pessoas não precisam amar o Lula para querer derrotar o Bolsonaro. E o Lula, as pessoas gostem ou não, é hoje quem tem condições de derrotá-lo no segundo turno", acrescentou.

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