Topo

Arcebispo de SP rebate críticas por usar vermelho: 'Parece-me reviver tempos da ascensão do fascismo'

Em 2013, o cardeal arcebispo da Arquidiocese de São Paulo, Dom Odílio Scherer (ao centro), participa de oração na basílica de São Pedro, no Vaticano - Lalo de Almeida/Folhapress
Em 2013, o cardeal arcebispo da Arquidiocese de São Paulo, Dom Odílio Scherer (ao centro), participa de oração na basílica de São Pedro, no Vaticano Imagem: Lalo de Almeida/Folhapress

Do Estadão, em Brasília

16/10/2022 21h21Atualizada em 17/10/2022 08h22

O arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, apelou à "calma e discernimento" em seu Twitter neste domingo, chegando a fazer referência a regimes totalitários, ao se defender de acusações de apoio à esquerda por ter uma foto com roupa vermelha em seu perfil.

"Tempos estranhos esses nossos! Conheço bastante a história. Às vezes, parece-me reviver os tempos da ascensão ao poder dos regimes totalitários, especialmente o fascismo. É preciso ter muita calma e discernimento nesta hora!", escreveu no fim da tarde.

"Se alguém estranha minha roupa vermelha (perfil), saiba que a cor dos cardeais é o vermelho (sangue), simbolizando o amor à Igreja e prontidão ao martírio, se preciso for. Deus abençoe a todos. Mas ninguém machuque ninguém!", completou.

Scherer tem sido um crítico assíduo do que vem chamando de "instrumentalização da fé" para campanhas eleitorais.

Em uma das mensagens, o arcebispo reforçou seus posicionamentos contra o aborto, em razão dos princípios cristãos. "Alguém tem dúvidas? Creio em Deus, em Jesus Cristo Salvador, amo a Palavra de Deus e da Igreja. Sou a favor da família, contra o aborto e toda violência contra a pessoa; não aprovo comunismo nem o fascismo; sou a favor da moral dos mandamentos de Deus. Estou em comunhão com o Papa".

A relação entre defesa do aborto e a esquerda tem sido amplamente explorada pela campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL), que chegou a pinçar uma fala do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na qual o petista defende que a interrupção da gravidez se torne uma política pública. Ontem, o Tribunal Superior Eleitoral proibiu a veiculação de peças na TV que sugerem amparo de Lula ao tema.