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Lula cobra que Damares apresente provas sobre supostos casos de pedofilia

16.out.2022 - Lula na chegada de debate UOL/Band - Reinaldo Canato/UOL
16.out.2022 - Lula na chegada de debate UOL/Band Imagem: Reinaldo Canato/UOL

Rayanderson Guerra

Rio

20/10/2022 12h13Atualizada em 20/10/2022 13h21

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT à Presidência, afirmou nesta quinta-feira, 20, em entrevista coletiva no Rio de Janeiro, que o PT irá recorrer à Justiça sempre que se sentir prejudicado pelas "mentiras contadas por Bolsonaro" na campanha eleitoral. O petista pediu ainda que o Ministério Público exija que a senadora eleita Damares Alves (Republicanos) presente as provas dos supostos casos de pedofilia na Ilha de Marajó (PA), relatados pela ex-ministra em uma igreja evangélica.

"Para nós foi muito importante a decisão de tirar o tempo de mentira que o Bolsonaro conta na televisão. Foi por isso que ele perdeu. Eram fake news, era coisa inverossímil. O Poder Judiciário existe para isso. O partido irá recorrer. Toda vez que o partido se sentir prejudicado, irá entrar na Justiça", disse.

Segundo Lula, Damares precisa apresentar as provas dos supostos casos de pedofilia de que ela teria tido conhecimento na Ilha de Marajó (PA).

"Quando aquela ministra Damares, hoje senadora eleita, vai para uma igreja para fazer aquelas acusações que ela fez, o mínimo que se espera é que a Justiça faça com que aquela mulher mostre as provas. Ela falou uma monstruosidade. Não foi uma coisa pequena que ela falou. Inclusive, tinha crianças assistindo. Ela diz que tem filme, que o ministério tinha provas. Ela tem que mostrar. E quem tem que exigir que ela mostre é o Ministério Público", disse.

O Ministério Público Federal, por meio da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, concedeu um novo prazo de cinco dias para o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos explicar e detalhar as acusações feitas pela ex-ministra e senadora eleita pelo Distrito Federal Damares Alves sobre a suposta prática de abuso sexual de crianças na Ilha do Marajó. O prazo original para apresentar os dados era de três dias úteis a contar de 11 de outubro.

O ex-presidente também criticou os decretos do governo Bolsonaro que facilitaram a compra de armas. "Os decretos de Bolsonaro liberaram armas para todas as pessoas. Narcotráfico e crime organizado vai livremente comprar armas. Estamos vendo o narcotráfico se preparando com a ajuda do governo", diz.

A presidente do PT, Gleisi Hoffman, afirmou que Bolsonaro está usando recursos públicos para comprar o processo eleitoral. "Lamentável que tivemos essa semana. Um pastor de BH gravando um vídeo como se tivesse sido obrigado pela Justiça Eleitoral a fazer um desmentido. Se colocando como vítima, engrossando o caldo de que queremos fechar igrejas. Um absurdo tudo isso. Tem compra de voto, patrão pressionando pessoas a votar no Bolsonaro. Uma sangria nos recursos do Estado brasileiro. Resolveu soltar recursos para o povo brasileiro a uma semana do processo eleitoral. É uma compra do processo eleitoral. É uma vergonha o que está acontecendo no Brasil", disse.