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Lula vai participar da Conferência da ONU sobre o clima, no Egito

30.10.2022 - Presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva fala pela primeira vez após a confirmação do resultado das eleições - Daniel Munoz/VIEWpress/Getty Images
30.10.2022 - Presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva fala pela primeira vez após a confirmação do resultado das eleições Imagem: Daniel Munoz/VIEWpress/Getty Images

Beatriz Bulla e Eduardo Gayer

São Paulo

02/11/2022 08h09Atualizada em 02/11/2022 08h51

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), vai participar da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2022 (COP-27), que acontecerá entre os dias 6 e 18 de novembro em Sharm El Sheikh, no Egito. A informação foi confirmada pela presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.

O petista foi convidado a integrar a comitiva do governador do Pará, Helder Barbalho, em nome do Consórcio de Governadores da Amazônia Legal, e aproveitará o evento para reforçar ao mundo seu compromisso com a agenda ambiental. Gleisi não confirmou as datas da viagem, mas disse que a ida já está decidida.

Lula pode se encontrar com líderes mundiais na reunião, como o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Não está prevista a ida de Bolsonaro para a COP-27 até o momento. É esperado que o pavilhão oficial do governo brasileiro fique esvaziado. Em frente a ele, o espaço reservado ao Brazil Climate Action Hub, da sociedade civil, deve atrair as atenções.

"A equipe diplomática do presidente vai orientá-lo da melhor maneira", afirmou anteontem Helder Barbalho, quando indicou o interesse de Lula em participar e a ideia é de que isso ocorra entre 14 e 18 de novembro - ou seja, na reta final da COP. "É uma oportunidade de fortalecer o papel do Brasil na discussão sobre o meio ambiente", disse o governador.

Diálogo. O presidente eleito tem dito que quer "recolocar o Brasil" no palco internacional, com a retomada de diálogo com países que se mantiveram distantes do governo Jair Bolsonaro. A questão ambiental tem sido colocada por Lula como uma pauta central no diálogo com outros países. A preocupação climática está no centro das prioridades da agenda internacional de Biden, o que causou atritos com Bolsonaro.

O atual presidente foi pressionado pela comunidade internacional, incluindo europeus e americanos, pela alta nas queimadas na região da Amazônia durante seu governo. Lula recebeu a ligação de cerca de 20 líderes internacionais na segunda-feira, 31, entre eles Biden, que parabenizaram o petista pela vitória. "Ele (o presidente americano) falou do clima. Ele fala uma coisa interessante, que ele sempre sonhou com uma parceria dos Estados Unidos com o Brasil", afirmou o ex-chanceler Celso Amorim.

Marina e Simone. Aliada de Lula, a deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP) também vai à COP-27, como ambientalista. Ela afirmou durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, que a sua ida ao fórum internacional já estava prevista antes da vitória do petista. Marina, que condicionou seu apoio a Lula à incorporação de pautas no programa de governo do presidente eleito, é uma das cotadas para assumir um ministério.

À Agência Reuters, ela disse que o presidente eleito "definitivamente enviaria ampla representação" à COP, mesmo que não seja uma delegação oficial. Entre os cogitados para a visita estão membros do núcleo da campanha, como Simone Tebet (MDB) e o deputado Nilto Tatto (PT).