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Irmão de Carla, Bruno Zambelli vai assumir mandato na Alesp

Carla ao lado do irmão Bruno Zambelli durante campanha nas eleições de 2022 - Reprodução/@brunozambelli.sp
Carla ao lado do irmão Bruno Zambelli durante campanha nas eleições de 2022 Imagem: Reprodução/@brunozambelli.sp

Adriana Ferraz

08/03/2023 07h03Atualizada em 08/03/2023 08h06

Dois anos após obter 12 mil votos em sua tentativa frustrada de eleger-se vereador na capital paulista, Bruno Zambelli (PL), de 44 anos, mudou a estratégia e viu sua votação disparar em busca de uma cadeira na Assembleia Legislativa de São Paulo. A dobradinha com a irmã, a deputada federal Carla Zambelli (PL), resultou em 235 mil votos no Estado. No próximo dia 15, Bruno assume o mandato com as mesmas bandeiras de Carla: defender os valores cristãos, "praticar o bolsonarismo" e combater o governo Lula. Nas redes sociais ele se apresenta como empresário, cristão e defensor dos valores da família.

Bruno foi nomeado duas vezes para cargos comissionados no Ministério da Agricultura durante a gestão Bolsonaro. Na primeira, ficou na função por apenas dez dias, saindo a pedido após suspeita de nepotismo cruzado - em 2019, Carla havia nomeado em seu gabinete Mauricio Nabhan Garcia, irmão de Nabhan Garcia, então secretário especial de Assuntos Fundiários da pasta. Em 2021, Bruno foi novamente nomeado e passou a trabalhar como chefe de gabinete da secretaria, recebendo salário de R$ 10,3 mil por mês. Deixou o posto para se candidatar, em 2022, a deputado estadual.

O mandato será iniciado, no entanto, com as contas de campanha reprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo. O órgão identificou irregularidades que se referem a despesas com pessoal, como contratos que não detalharam os locais de trabalho dos prestadores de serviço. Bruno, no entanto, foi diplomado e poderá tomar posse no dia 15, já que a decisão não impede o exercício do mandato.

Cabe ao Ministério Público abrir investigação sobre os casos em que julgar haver crime eleitoral grave e decidir se pede a cassação do mandato. Partidos políticos também podem acionar a Justiça com o mesmo objetivo. Procurado pela reportagem, Bruno preferiu não dar entrevista.