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MST ocupa área de pesquisa da Embrapa em PE, sedes do Incra e fazendas em diversos Estados

MST em Pernambuco ocupou oito latifúndios neste final de semana - 16.abr.2023 - Divulgação/Comunicação MST-PE
MST em Pernambuco ocupou oito latifúndios neste final de semana Imagem: 16.abr.2023 - Divulgação/Comunicação MST-PE

José Maria Tomazela

Em Sorocaba

17/04/2023 14h28Atualizada em 17/04/2023 17h27

Em uma retomada ao "abril vermelho", onda de ocupações de terras e prédios públicos no País ao longo do mês, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupou neste domingo, 16, uma área de preservação ambiental e de pesquisas genéticas da Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa Semiárido), órgão do governo federal, em Pernambuco. Outras sete propriedades rurais seguem ocupadas no Estado.

As superintendências regionais do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Porto Alegre e em Belo Horizonte, também foram alvo de protestos e ocupações. Na capital mineira, os sem-terra exigem a demissão do superintendente Batmaisterson Schmidt, que foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. No Rio Grande do Sul e Minas Gerais, os prédios públicos seguem ocupados. Ações similares acontecem também em outros Estados.

Por meio de nota, o MST afirmou que os atos relembram a morte de 18 sem-terra pela Polícia Militar, em 17 de abril de 1997, em Eldorado dos Carajás, no Pará. Só em Pernambuco foram oito áreas ocupadas desde o início do mês - cinco no último fim de semana. Em nota, o movimento diz que estão sendo "ocupadas" terras "que não cumprem a função social da propriedade" e cobra o assentamento de famílias acampadas em todo o País.

A fazenda da Embrapa Semiárido fica em Petrolina, sul de Pernambuco. Segundo a empresa, a ocupação aconteceu em terras agriculturáveis e de preservação da caatinga, onde são realizados experimentos e multiplicação de material genético básico de cultivares (sementes e mudas). Há risco de prejuízo às pesquisas para conservação ambiental e de uso sustentável do bioma (caatinga). A área também abriga animais ameaçados de extinção.

Procurado, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) ainda não se pronunciou. Como mostrou o Estadão, nos três primeiros meses do governo Lula, as ocupações de terra superaram as registradas ao longo todo o primeiro ano do governo anterior, de Jair Bolsonaro.