Agrishow: BDG estreia no Agro e quer vender máquinas chinesas 20% mais baratas

Ribeirão Preto, 30 - O Grupo BDG, que atua no setor automotivo desde 1992 e revende produtos de marcas como Volvo, BMW e Hyundai, anunciou , na Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), estreia no setor agro brasileiro, com a marca BDG Máquinas. Trata-se de uma parceria com a fabricante de máquinas agrícolas chinesa YTO com um objetivo: vender máquinas agrícolas importadas da China, em média, 20% mais baratas do que as produzidas no mercado nacional. A afirmação foi feita pelo gerente geral da BDG Máquinas, Ubiratan Sousa."A China já entendeu que aqui existe um mercado muito promissor no sentido de oferecer um produtor com o melhor custo-benefício", disse Sousa em entrevista ao Broadcast Agro, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. "Caindo um pouco na linha do tempo, nós tínhamos os celulares da Xiaomi, que competiam em tecnologia e qualidade com o iPhone, da Apple, porém com um custo-benefício muito melhor." Segundo o executivo, o foco está no pequeno e médio produtor e em culturas como café, citros, cana-de-açúcar, laranja e hortaliças.Por meio da parceria com a YTO, sob o chapéu de BDG Máquinas, os planos são de inaugurar em julho deste ano uma loja em Ribeirão Preto e, futuramente, um centro de distribuição, que também pode ser instalado em Ribeirão Preto. Outras opções em consideração são Campinas (SP) e Uberlândia (MG). O objetivo é atender os Estados de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Atualmente, os produtos da YTO já chegam ao Centro-Oeste e no Nordeste por meio de outras importadoras.A quebra de safra e os preços dos grãos mais baixos não apavoram a estreante no agro, que não tem foco em produtores de soja. Também não assusta a decisão do Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior da Câmara de Comércio Exterior (Gecex/Camex) de criar uma cota de importação para determinados itens da siderurgia, com aplicação de sobretaxa sobre o que entrar no Brasil em excesso. Ainda assim, o gerente geral da BDG Máquinas prefere não estipular metas para vendas, na feira e no ano. "A Agrishow é um termômetro de vendas", afirmou. "Nossa meta não está definida, porque vamos acertar depois da feira."Atualmente, também existem conversas dentro da empresa sobre aumentar o volume de tratores importados e uma expansão para mais três Estados, disse o gerente, sem especificar quais ou quantos tratores seriam importados. Ainda que a menor rentabilidade do produtor de grãos não assuste a BDG Máquinas, o mesmo não se pode dizer do cenário de crédito atual. O gerente da marca não crê que a nova linha anunciada pelo do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deva suprir as necessidades dos produtores rurais e amortecer a previsão de queda de vendas de máquinas agrícolas este ano. "O valor ainda é abaixo do necessário e a taxa de juros continua alta", concluiu.