Pragmatismo é foco do eleitorado do interior de São Paulo

As pesquisas eleitorais mais recentes indicam que partidos de centro-direita dominam a intenção de voto nas dez maiores cidades do interior de São Paulo. Enquanto siglas do Centrão, bloco marcado pelo pragmatismo em vez de uma posição ideológica clara, se destacam em cidades-chave - como Sorocaba e Franca -, legendas de esquerda enfrentam dificuldade numa região marcada pelo conservadorismo e pela influência do agronegócio, tendo chances reais de vencer em apenas dois municípios (Campinas e São José do Rio Preto).

A disputa deste ano repete também o cenário observado na última eleição presidencial, em que Jair Bolsonaro (PL) superou Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no interior paulista. Os últimos levantamentos mostram que os candidatos apoiados pelo ex-presidente estão em melhor posição em comparação aos aliados do petista. Porém, assim como ocorre nas potências do agronegócio do Estado, é o Centrão que detém a maior força política nos principais municípios do interior de São Paulo.

O Republicanos, sigla do governador Tarcísio de Freitas, é o partido que está mais bem posicionado nas dez maiores cidades do Estado. A legenda lidera com folga em Sorocaba e Taubaté e aparece numericamente à frente em Campinas, o maior município do interior paulista, localizado a 99 quilômetros da capital e com 1 milhão de habitantes.

EMPATE

Como mostrou o Estadão, a disputa em Campinas se tornou um empate entre Tarcísio e Lula, que apoiam o prefeito Dário Saadi (Republicanos) e o médico Pedro Tourinho (PT). Tanto o governador como o presidente têm marcado presença na campanha campineira, seja com visitas à cidade durante a pré-campanha, seja com gravações de vídeos para as redes sociais na reta final da disputa.

Segundo pesquisa divulgada pela AtlasIntel, Saadi e Tourinho estão tecnicamente empatados dentro da margem de erro de três pontos porcentuais, com 32,5% e 31%, respectivamente. Apesar da vantagem numérica, Saadi teve sua candidatura cassada em primeira instância pela Justiça Eleitoral, em uma ação protocolada pelo PT. O prefeito segue na disputa pela reeleição enquanto aguarda o julgamento de um recurso na segunda instância.

Com a maior fatia do fundo eleitoral, R$ 887 milhões, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, definiu como meta para as eleições municipais de 2024 eleger 1,5 mil prefeitos. Para alcançar esse objetivo, além dos recursos milionários do fundo, Costa Neto aposta na popularidade de Bolsonaro.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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