Abbas diz que acordo não impede paz com Israel
O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, declarou que a reconciliação entre Fatah e Hamas e as negociações de paz com Israel não são incompatíveis. As duas facções anunciaram nesta quarta-feira (23) a retomada de sua aliança após quase sete anos de divisão e concordaram em formar dentro das próximas cinco semanas um governo de unidade nacional.
"Não existe incompatibilidade porque estamos empenhados em uma paz justa, baseada na solução de dois Estados, em conformidade com as resoluções do direito internacional", afirmou Abbas.
Depois da divulgação da reaproximação entre os dois grupos, o premier israelense, Benjamin Netanyahu, convocou para amanhã (24) um gabinete de segurança para discutir os próximos passos do seu governo. Na tarde desta quarta, o primeiro-ministro conversou por telefone com o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, mas o conteúdo da ligação não foi informado.
"Quem escolhe o Hamas não quer a paz. O Hamas prega a destruição de Israel e é considerado uma organização terrorista pelos Estados Unidos e pela União Europeia", disse Netanyahu em uma entrevista a uma rádio local. Por conta da reconciliação, o premier cancelou um encontro com negociadores palestinos e representantes dos EUA, que disseram que a reconciliação pode "complicar os esforços pela paz".
O novo governo de unidade nacional será presidido interinamente por Abbas, que também é líder do partido laico Fatah, principal força política da Organização para a Libertação da Palestina (OLP). Além disso, deverão ser realizadas eleições legislativas conjuntas na Cisjordânia (comandada pelo Fatah) e na faixa de Gaza (controlada pelos fundamentalistas do Hamas) dentro de um prazo de seis meses. A última vez que isso aconteceu foi em 2006.
Impasse
As negociações de paz no Oriente Médio foram paralisadas depois de Israel negar a libertação de um grupo de prisioneiros palestinos e decidir construir 700 novas residências em um assentamento na Cisjordânia.
Em resposta, a ANP solicitou sua adesão a 15 entidades e convenções da Organização das Nações Unidas (ONU). O próprio John Kerry chegou a colocar o governo israelense como principal responsável pelo impasse. (ANSA)
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